fbpx
Sem categoria

Contenção Ortodôntica – Parte 1

Você tirou o aparelho fixo? Espere, seu tratamento ainda não terminou! Entenda por que você precisa usar os aparelhos de contenção.

Se você ou alguém próximo fez algum tratamento ortodôntico, já sabe que, quando o tratamento termina, não basta simplesmente remover o aparelho fixo e deixar os dentes à vontade. Para manter os resultados, precisamos usar aparelhos de contenção depois. Popularmente, diz-se que “depois do fixo, tem que usar o móvel”. Mas como isso funciona?

Por que contenção?

Um tratamento ortodôntico – seja com aparelho fixo ou com alinhadores – tem uma fase ativa, em que os aparelhos exercem forças para movimentar os dentes até suas posições corretas. Quando a fase ativa termina, as posições novas dos dentes são instáveis, porque o osso, a gengiva e os músculos que estão à volta – da língua, das bochechas e dos lábios – ainda não se adaptaram e criam uma tendência a movimentar os dentes para as suas posições iniciais.

Então, se remover o aparelho fixo e nada segurar os dentes, é bastante provável que se eles voltem, nem que seja um pouco, para suas posições originais: dentes giram, espaços abrem, problemas estéticos voltam… chamamos isso de recidiva.

Para evitar essa situação, quando o ortodontista remove o aparelho fixo, instala aparelhos mais simples, que não fazem força, apenas seguram os dentes nas suas posições. São os aparelhos de contenção.

Importante: contenção é só para quando o tratamento está devidamente finalizado. Quando o paciente decide interromper o tratamento antes do fim, não faz sentido segurar os dentes em uma posição que não é a ideal, concorda?

Os aparelhos de contenção podem ser removíveis ou fixos.

Os removíveis, como o próprio nome diz, são dispositivos que são retirados e colocados pelo paciente. E esse é o maior problema deles: precisamos da disposição do paciente para usá-los. Se não forem usados, principalmente nos primeiros meses, existe uma chance muito grande de se perder os resultados do tratamento.

Os aparelhos de contenção fixos são feitos com fio e colados em regiões que não devem interferir na estética e na mastigação, segurando os dentes nas suas posições.

A vantagem é que não dependem da colaboração do paciente, e, por isso, se permanecerem inteiros, é certo que vão funcionar. A maior desvantagem é criar uma certa dificuldade de higienizar.

As contenções fixas podem ser retas ou com dobras para auxiliar na passagem do fio dental, que chamam popularmente de “contenção higiênica”.

Contenção fixa inferior feita com fio reto.
Fonte: SILVA FILHO, O.G., KUBTSKI, M.G., MARINHO, E.T. R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 3, n. 6, p. 17-24 – dez. 2004/jan. 2005
Contenção fixa com dobras para permitir a livre passagem do fio dental. Infelizmente, a vantagem higiênica não se confirmou.
Fonte: BICALHO, J.; BICALHO, K. R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 1, n. 1, p. 9-13 – fev/mar. 2002

Só que estudos clínicos concluíram que a contenção higiênica não é tão higiênica assim. Percebeu-se que o maior volume de fio acumula muito mais placa bacteriana e tártaro, criando uma chance muito maior de inflamação gengival do que as contenções retas. Por essa razão, muitos ortodontistas não indicam mais as contenções higiênicas (inclusive eu). 

Contenções fixas são muito usadas no arco inferior, coladas por trás dos dentes da frente. É uma região que sofre relativamente pouco com as forças da mastigação, e não interfere na estética.

Já para os dentes de cima, existe uma dificuldade: os dentes de baixo mordem exatamente naquela região e toda a força da mastigação incide sobre a contenção; então, a chance de quebrar é muito maior. Por essa razão, as contenções fixas nos dentes de cima só são indicadas em casos bem específicos: quando temos uma mordida que permite e quando fizemos movimentos que sabemos que tem uma chance de recidiva (volta às posições originais) é maior. Exemplos: dentes que eram originalmente girados, e espaços entre os dentes (diastemas).

Será que quando remover o aparelho o espaço vai abrir de novo? Sim ou com certeza?
Fonte: BICALHO, J.; BICALHO, K. R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 1, n. 1, p. 9-13 – fev/mar. 2002
Então não tem jeito, vamos ter que segurar com contenção fixa!
Fonte: BICALHO, J.; BICALHO, K. R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 1, n. 1, p. 9-13 – fev/mar. 2002

Os aparelhos de contenção podem ter variações de acordo com o problema inicial do paciente, e de acordo com a tendência de movimentação que os dentes terão após o tratamento.

Tem continuação: leia aqui Parte 2!

Sem categoria

Cirurgia ortognática – o que é e quais as…

E quando o problema de oclusão não é causado pela posição dos dentes, e sim pelo crescimento facial? Como corrigir as desarmonias de posição dos ossos da face?


Antes de tudo: se eu falar algum termo que você não entender, consulte no “Dicionário de Ortodontia” – aqui e aqui. Se a palavra ou expressão não estiver lá, me manda no contato@leticiasobreiro.com que eu traduzo para você.

Muitas vezes, nos meus vídeos e posts, comento que determinados problemas de oclusão só podem ser corrigidos com cirurgia ortognática, mas o que exatamente é a cirurgia ortognática?

Explicando de uma forma resumida, a cirurgia ortognática é um procedimento estético-funcional que corrige as alterações de posicionamento dos ossos da face, com o objetivo de resolver problemas de oclusão e de estética facial.

Como falei nesse post, desarmonias no crescimento dos ossos da face podem refletir em um problema de oclusão, que afeta a função (mastigação, deglutição, fala, etc.) e a estética do sorriso.

O crescimento dos ossos também determina a forma da face, e características como ter uma face mais longa ou mais curta, ter queixo mais para a frente ou mais para trás, maçãs do rosto mais ou menos proeminentes, expor muito ou pouco os dentes no sorriso, são ditados por esse crescimento.

Quando essas desarmonias de crescimento são leves, é possível criar uma oclusão funcional adaptando a posição dos dentes, com, por exemplo, mais ou menos inclinação dos incisivos, ou extração de algum permanente. Isso é chamado compensação dentária.

Mas existe um limite para a compensação dentária, que geralmente é ter osso o suficiente para sustentar as raízes dos dentes. Quando a discrepância é muito grande, não é possível fazer a compensação, e única forma de corrigir a oclusão de forma satisfatória é fazendo o reposicionamento a nível ósseo.

As cirurgias ortognáticas são realizadas em hospital, sob anestesia geral. O cirurgião bucomaxilofacial realiza osteotomias (secções nos ossos feitas com instrumentos adequados), reposiciona os segmentos e fixa com placas e parafusos de titânio, adequando a relação entre o arco superior e o inferior, e os ossos da face em geral.

Quase sempre, a cirurgia é realizada dentro de um planejamento que envolve também o tratamento ortodôntico. Na maior parte dos casos, é preciso adequar a posição dos dentes antes da cirurgia, para que os próprios dentes sirvam como guia para a posição dos ossos. O paciente opera usando o aparelho, e, algumas semanas depois da cirurgia, ele já pode começar a fazer os ajustes finais da oclusão.

A cirurgia tem que ser planejada entre o cirurgião e o ortodontista conjuntamente. O ideal é que a decisão pela correção cirúrgica – ou não – seja tomada antes da instalação do aparelho: da montagem até a mecânica, o tratamento ortodôntico é bem diferente nos dois casos.

Como pode parecer para muitas pessoas um tratamento relativamente drástico, geralmente é indicada quando não existe possibilidade de compensação dentária, ou quando a estética facial incomoda muito o paciente.

Ortognática classe II antes e depois
Cirurgia ortognática para corrigir uma distoclusão – observe como a mandíbula (queixo) era posicionada para trás em relação à maxila (lábio superior e nariz).
Ortognática classe III antes e depois
Cirurgia ortognática para corrigir uma mesioclusão. Observe a diferença na projeção das maçãs do rosto, o que indica que a maxila foi reposicionada para a frente.
Ortognática face longa antes de depois
Cirurgia ortognática para correção de padrão face longa. A exposição aumentada da gengiva e dentes superiores se dava por um excesso de crescimento vertical da face.

Será que é uma opção para mim?

Geralmente o caminho de quem faz cirurgia ortognática começa no ortodontista, que é o profissional que o paciente procura quando percebe que precisa corrigir a posição dos dentes. Quando o ortodontista percebe que a ortognática é uma boa opção para ele, vai propor o tratamento e, caso o paciente aceite a ideia, encaminha para o cirurgião bucomaxilofacial para começar o planejamento conjunto.

Se você acha que a cirurgia ortognática seria uma boa opção para você, procure um ortodontista e converse a respeito. Ele vai fazer um plano de tratamento que leva em consideração as suas necessidades e a solução das suas queixas.

Sem categoria

Posso fechar um espaço de extração com aparelho?

Quando o paciente tem uma perda dentária, uma dúvida comum é se é possível fechar o espaço movimentando os outros dentes, e assim não precisar de implante. Para saber se é viável, temos que analisar algumas condições.

Antes de tudo: se eu falar algum termo que você não entender, consulte no “Dicionário de Ortodontia” – aqui e aqui. Se a palavra ou expressão não estiver lá, me manda no contato@leticiasobreiro.com que eu traduzo para você.

Muitos dos pacientes que procuram tratamento ortodôntico, em algum momento das suas vidas, perderam um ou mais dentes, e faz parte do planejamento ortodôntico readequar a oclusão a esse contexto. E, quando começamos o tratamento, muitos pacientes perguntam: “Dra., dá para fechar o espaço com o aparelho, para eu não precisar de implante depois?

A resposta é… Depende.

Primeiro ponto importante: de alguma forma, o espaço tem que ser fechado. Um dos requisitos para uma boa oclusão é não ter nenhum tipo de lacuna entre os dentes, e isso pode ser feito pela instalação de uma prótese, ou através da movimentação dos dentes vizinhos. Mas será que fechar o espaço com aparelho é uma opção para todos os casos? E o que precisamos considerar para decidir por essa opção?

1- A perda do dente é recente ou antiga?

Se a perda for recente, pode ser mais favorável fechar. Se for antiga, é possível que tenha-se criado um desvio: quando se perde um dente, os “vizinhos” se movimentam sem nenhum critério, o que pode levar os dentes a posições bem desfavoráveis. Nesses casos, o trabalho do ortodontista é devolver os dentes às suas posições originais e, com isso, o espaço reabre, em vez de fechar.

2- O espaço da extração ajuda no tratamento?

Em alguns casos, precisamos de espaço no arco para corrigir um problema de oclusão, e é por isso que às vezes pedimos que se façam extrações. Se houver uma necessidade de espaço e coincidir com o lado da perda, ótimo! O fechamento do espaço resolve dois problemas.

3- Fechar o espaço vai deixar algum dente sem participar da mordida?

Fechar o espaço de um dente perdido significa ter um dente a menos naquele lado, não é? Se isso deixar algum dente do arco antagonista sem mordida, ele vai ter que ser extraído, ou fazer um implante para apoiá-lo. Se vai precisar de um implante de qualquer forma, não vale o trabalho de fechar o espaço, concorda?

4- O tempo é um problema para o paciente?

Espaços grandes demoram bastante para fechar, pois a movimentação é um processo biológico de remodelação do osso. Fechar um espaço de extração pode acrescentar de um ano ou até mais no plano de tratamento original.

5 – E quanto ao custo?

Não necessariamente dispensar o implante é economia. Como o tempo de tratamento ortodôntico aumenta muito, o valor aumenta também. Muitas vezes, o movimento envolve uma mecânica complexa, que precisa de dispositivos que têm custo extra. Então, no final, pode não ter muita diferença de investimento entre uma opção e outra.

6- O objetivo do tratamento é só fechar o espaço da extração?

Quando o paciente vai fazer instalar o aparelho para corrigir outros problemas, dá para considerar fazer o fechamento, se estiver bem indicado pelos fatores que expliquei antes. Agora, se o paciente quer fazer o tratamento ortodôntico só para fechar o espaço da extração, pode não valer a pena, a não ser que exista uma contraindicação para o implante.  

7- É possível fechar os espaços de extração com alinhadores (Invisalign e afins?)

Na teoria, é possível, mas na prática é inviável. Seria um tratamento muito longo e de resultados imprevisíveis. Melhor optar pelo aparelho fixo.

Conclusão:

Fechar o espaço de uma perda dentária com movimentação ortodôntica pode ser uma opção viável se:

– as condições particulares do caso forem favoráveis ao fechamento;

– o paciente tem alguma contraindicação ou resistência a fazer um implante;

– um tratamento mais demorado não for problema.

Instalar um implante ou prótese provavelmente é a melhor opção se:

– o fechamento cria a necessidade de um implante no arco oposto;

– o paciente faz questão de um tratamento rápido; –

o objetivo é economizar;

– o paciente quer instalar o aparelho só para fechar o espaço.

Muito importante: o ideal é tomar a decisão do que fazer com o espaço antes de começar, porque a montagem do aparelho e a mecânica inicial podem mudar de acordo com o movimento definido. Converse com seu ortodontista para definir a melhor opção para o seu caso.

Aparelho freio de burro Sem categoria

Quem tem medo do “freio de burro”?

Pode não ser bonito, mas tem efeitos fantásticos e, em alguns casos, é insubstituível! Descubra como funciona e para que serve o aparelho mais temido de todos os tempos!

Antes de tudo: se eu falar algum termo que você não entender, consulte no “Dicionário de Ortodontia” – aqui e aqui. Se a palavra ou expressão não estiver lá, me manda no contato@leticiasobreiro.com que eu traduzo para você.

Comecei meu tratamento ortodôntico nos anos 90, quando era pré-adolescente. Naquela época, o maior pesadelo para um jovem que estava indo para o ortodontista era usar o freio de burro. Assim se chamam popularmente os aparelhos extrabucais, que eram vistos como um verdadeiro terror estético e motivo certo para bullying.

Kate Perry de extrabucal
Essa situação era o pesadelo da adolescência dos anos 90.

Mas… Para que ele serve? Por que se vê tão pouca gente usando hoje em dia?

Começando do começo

Como o próprio nome diz, um aparelho extrabucal é um aparelho ortodôntico que tem componentes que se posicionam fora da boca. Embora o tipo que inclui um capacete ou uma faixa na nuca seja o mais conhecido, não são os únicos e existem outros tipos, como as máscaras faciais.

Menina com aparelho ortodôntico máscara facial
Máscara facial, usada para estimular o crescimento da maxila ou movimentar os dentes para a frente.

Fonte: Silva Filho OG et al. Anquilose intencional de caninos decíduos: reforço de ancoragem para a tração reversa da maxila. Rev Clín Ortod Dental Press. 2003 Jun-Jul;2(3):33-43

O aparelho extrabucal tem os seguintes componentes:

– um arco duplo que se encaixa nos dentes, quase sempre molares superiores, através de tubos soldados em bandas;

Arco extrabucal
Arco extrabucal. A parte interna apoia-se nos dentes e a externa é presa no casquete (peça que se posiciona na cabeça) por um dispositivo elástico.

– uma peça (casquete) que se apoia na cabeça ou na nuca;

– um elástico ou dispositivo similar que une os dois componentes.

Aparelho extrabucal puxada alta
Conjunto arco extrabucal + casquete + elásticos.

Fonte: Caldas LD, Lisboa IAPB, Araujo TM. Aplicação clínica de aparelhos de Thurow modificados na correção da protrusão maxilar. Rev Clín Ortod Dental Press. 2017 Fev-Mar;16(1):74-89

O efeito dessa resultante de forças é empurrar os dentes para trás, e também, como movimento complementar, para cima ou para baixo, a depender se o ponto de aplicação da força é mais alto ou mais baixo. Por isso, existem diferentes configurações dos casquetes!

Diferentes tipos de aparelho extrabucal
Diferentes configurações do casquete criam diferentes efeitos de força.

Não é um aparelho fixo: o arco e o casquete devem ser retirados para alimentação, prática de atividades físicas e, claro, situações sociais. E essa também uma das suas maiores desvantagens: depende da colaboração do paciente para funcionar! 😅

Embora o aparelho seja apoiado em dentes, a força também é transmitida para os ossos, e isso, em um paciente jovem, pode reorientar o crescimento da maxila e interromper uma má oclusão que esteja em formação.

Então, basicamente, esse aparelho tem duas indicações:

– quando se quer que os dentes de cima se movimentem para trás ou não se desloquem para a frente em uma determinada mecânica (indicação dentária);

– quando se quer conter o crescimento anterior ou vertical da maxila (indicação ortopédica).   

E ainda hoje é esse aparelho usado? Por que se vê tão pouca gente usando?

Quando a intenção é movimentar os dentes (indicação dentária), hoje temos outros aparelhos que fazem isso com mais eficiência, mais estética e sem depender da colaboração do paciente. Então, para uso dentário, é raro os extrabucais serem indicados atualmente.

Mas, para a indicação ortopédica, não existe nenhum outro tipo de aparelho que substitua. Então sim, para isso, são usados até hoje.

Já falei nesse post sobre a importância do tratamento precoce das más oclusões, e acredito que nenhuma oportunidade de procedimento interceptativo deva ser desperdiçada.

Então, quando indico o extrabucal para uma criança ou adolescente, converso com a família e com o jovem para explicar que é um aparelho que, apesar de não ser muito popular, vai ser usado por pouco tempo e vai poupar um trabalho enorme na segunda fase.

Se o paciente não se sentir confortável em usar o aparelho, por exemplo, na escola, indicamos que use só para dormir e em casa, o que, para um efeito ortopédico, costuma ser o suficiente. Então, a não ser que ele conte, ninguém vai saber que ele usa um extrabucal. 😉

E como foi a minha experiência? Eu usei o extrabucal até uns 13 ou 14 anos. Fui bem colaboradora, usei como o ortodontista indicou, e tive um resultado excelente. Terminei com um sorriso lindo e zero trauma!

Então, se indicarem esse aparelho para você, para o seu filho, ou para alguma pessoa da família, não se desespere. Primeiro, porque ninguém precisa saber, depois, porque os resultados valem muito a pena!

Você ainda ficou com alguma dúvida sobre o aparelho extrabucal? Me escreve no contato@leticiasobreiro.com que eu vou ficar bem feliz em esclarecer. Conhece alguém para quem esse texto possa ser útil? Pode encaminhar, compartilhar, o importante é chegar para quem precisa!

Para receber mais conteúdos como este, você pode se inscrever na minha newsletter, me seguir no Instagram e no YouTube, ou solicitar a inclusão da lista do WhatsApp.

Até a próxima!

Dicionário de ortodontia 2 Sem categoria

Dicionário de Ortodontia – Parte 2

Dicionário de ortodontia 2

Falei difícil? Com vocês, a tradução dos termos técnicos!

Sim, às vezes é difícil explicar sem usar algum termo técnico. Para facilitar, resolvi criar esse “dicionário”. A primeira parte você lê aqui. Falei alguma coisa que não estava em nenhum dos dois? Me escreve que eu traduzo e incluo!!!

Protrusão / biprotrusão: quando os dentes da frente estão em uma posição mais anterior que o considerado normal, refletindo na face com um aspecto “bicudo”.

Elástico intermaxilar: elásticos que vão do arco superior para o inferior, com o objetivo de ajustar a posição entre os dois.

Cirurgia ortognática: cirurgia onde são ajustados os ossos da face, para conseguir corrigir a oclusão e a estética facial. É indicada em casos em que o problema da oclusão é causado não pela posição dos dentes em si, mas por um crescimento desequilibrado dos ossos da face.

Ancoragem: quando se aplica uma força nos dentes, ambos os lados tendem a movimentar, mas nem sempre o movimento é desejado nos dois segmentos. Ancoragem é o controle desse movimento.

Mini-implantes: são dispositivos para auxiliar na ancoragem, criando um ponto imóvel para o apoio de forças. São semelhantes a implantes dentários, mas em tamanho reduzido; instalados de forma superficial e removidos após o uso. São indicados quando a ancoragem é muito crítica.

Contenção: fase do tratamento que inicia quando a oclusão chega ao objetivo definido no planejamento. Envolve aparelhos mais simples para segurar os dentes em suas posições, e um acompanhamento mais espaçado.  

Maxilares: ossos pares, localizados no centro da face, que contêm parte da  cavidade nasal e os dentes superiores.  

Mandíbula: osso ímpar que contém os dentes inferiores, e se conecta com o crânio pela articulação temporomandibular.

Articulação temporomandibular (ATM): articulação que liga a mandíbula e o crânio, localizada atrás dos ouvidos.

Disfunção temporomandibular: quando a ATM ou estruturas associadas, como músculos e tendões, apresentam algum distúrbio, que pode se manifestar como dores, ruídos ou deslocamentos.

Dentes do siso: são os últimos molares a se formar e nascem em torno dos 18 anos. Em muitas pessoas eles não têm espaço para nascer e ficam dentro dos ossos, ou não se formam, ou estão em posição anormal.

Periodonto: o conjunto de tecidos que rodeia e sustenta o dente: o osso alveolar, os ligamentos e a gengiva.

Doença periodontal: doença inflamatória do periodonto, podendo atingir somente a gengiva (gengivite) ou se estender até os ossos (periodontite). Os sintomas são sangramento, amolecimento e movimentação dos dentes, gosto ou cheiro ruins.

Terapia periodontal: tratamento que é feito para controlar a doença periodontal, devolvendo a saúde ao periodonto.

Reabilitação dentária: substituição dos dentes perdidos com recuperação da mastigação, da fala e da estética. Geralmente é feita através de implantes e/ou próteses.

Implantes dentários: pinos de titânio implantados cirurgicamente nos ossos dos maxilares, com o objetivo de repor a raiz de um ou mais dentes perdidos.

Prótese dentária: peça que substitui a coroa de um ou mais dente ausentes.

Dicionário de ortodontia 1 Sem categoria

Dicionário de Ortodontia – Parte 1

Falei grego? Veja aqui o que quer dizer aquele termo técnico impossível de traduzir.

Nos meus textos e vídeos, de vez em quando, tenho que usar alguns termos técnicos, porque não existem palavras leigas que possam substituir. Para não deixá-los sem entender, vou explicar o que cada um quer dizer. Um verdadeiro dicionário, pronto para ser consultado sempre que precisar!

Falei alguma coisa técnica que não estava no post? Me escreve que eu traduzo e incluo!!!

Oclusão dentária: relação entre os dentes superiores e inferiores quando a boca está fechada ou em funcionamento. Existem padrões para determinar se está adequada ou não.

Má oclusão: quando há uma alteração da oclusão considerada normal, muitas vezes comprometendo a função (mastigação, fala, etc.) e a estética.

Ortodontia Preventiva: conjunto de procedimentos que têm o objetivo de impedir que uma má oclusão apareça.

Ortodontia Interceptativa: tratamentos que são feitos para evitar que uma má oclusão se estabeleça, quando uma alteração é percebida logo no início.

Ortodontia Corretiva: tratamento indicado para corrigir um problema de oclusão que já se instalou totalmente.

Padrão de crescimento: modelo genético que determina como a face vai crescer, podendo causar problemas de oclusão quando não for favorável.

Planejamento ortodôntico: etapa do tratamento anterior à instalação do aparelho, em que todas as etapas, movimentos e aparelhos são definidos.

Documentação ortodôntica: conjunto de exames complementares necessários para o planejamento. Composta normalmente por radiografias, fotos, modelos de estudo e, em alguns casos, tomografia.

Mecânica ortodôntica: o conjunto de forças aplicadas por meio de dispositivos como fios, elásticos, molas, etc., que promove o movimento dentário.  

Aparelhos autoligados: aparelhos fixos que não usam elásticos para prender o fio aos bráquetes. O atrito é menor do que nos convencionais, e isso traz algumas vantagens mecânicas.

Alinhadores: aparelhos ortodônticos em forma de pequenas placas que se encaixam nos dentes, criadas por um programa de computador, a partir de uma simulação da oclusão ideal do paciente.

Bráquete/ tubo: são peças fixadas individualmente em cada dente. Podem ser coladas ou soldadas a bandas. São chamadas bráquetes quando são abertas e tubos quando são fechadas.

Banda: anel metálico cimentado aos dentes, geralmente molares. Serve para apoiar um bráquete ou tubo, ou outro componente do aparelho. Com o aperfeiçoamento dos sistemas de colagem, estão sendo menos usadas, mas ainda têm suas indicações.

Alinhamento/ nivelamento: a fase mais inicial do tratamento com aparelho fixo, em que os fios são trocados sequencialmente, movimentando os dentes para a sua posição correta no arco.

Extrações ortodônticas: em alguns casos, de forma bem estudada, o ortodontista pode indicar a extração de um ou mais dentes para ter espaço para corrigir a posição dos outros.

Desgastes dentários: também chamados stripping ou IPR, são pequenos desgastes feitos no esmalte das faces laterais dos dentes, com o objetivo de conseguir espaço para alguma correção. Se bem indicados e bem executados, são indolores e não prejudicam os dentes.

Menina feliz aparelho ortodôntico Sem categoria

Julho Laranja: a primeira consulta com o ortodontista

Menina feliz aparelho ortodôntico

Quando deve ser e o que esperar da primeira consulta da criança com o ortodontista!

Como já vimos nos quatro posts anteriores (veja os anteriores aqui), o acompanhamento precoce com o ortodontista pode identificar os problemas de oclusão antes que estejam estabelecidos e, com tratamentos simples, evitar que se instalem.

Mesmo que a criança já seja acompanhada por um odontopediatra ou clínico geral, a avaliação pelo ortodontista é importante e tem uma abordagem diferente da consulta clínica.

Qual é a melhor idade para a primeira consulta?

Quando nasce o primeiro molar permanente, o que acontece entre os 5 e 6 anos de idade, é um momento excelente para a primeira consulta ao ortodontista. Caso não seja necessário nenhum tratamento, ele vai indicar apenas o acompanhamento, cujo retorno pode variar, mas geralmente é semestral ou anual.

Porém, se o odontopediatra ou clínico identificarem alguma alteração antes dessa idade, a primeira consulta pode ser mais cedo.

Se a criança não começou o acompanhamento nessa idade, vale começar depois?

Claro! Pode ainda estar no tempo perfeito de fazer um tratamento precoce.

O que é avaliado na consulta ortodôntica?

O ortodontista analisa se a oclusão, o crescimento da face e as funções (deglutição, mastigação, etc.) estão dentro dos parâmetros de normalidade para o estágio de desenvolvimento.

O acompanhamento com o ortodontista substitui o do odontopediatra?

Se a criança já tiver um profissional da odontologia que a acompanhe, ela deve continuar indo às consultas de periódicas com ele. A avaliação ortodôntica é diferente da avaliação clínica.

É desconfortável para a criança?

De forma nenhuma! A consulta envolve muito diálogo e o exame clínico não é invasivo. 

Quando é necessário o tratamento, deve-se iniciar imediatamente?

Não necessariamente. Alguns tratamentos funcionam melhor em determinados períodos da pré-adolescência ou adolescência. A conduta pode ser acompanhar até o momento cujo resultado seja mais favorável.

Então, se você tem uma criança a partir de 5 anos em casa e ela nunca consultou um ortodontista, não espere mais! Marque a avaliação e garanta que um eventual problema poderá ser tratado no melhor momento.

Consulta ortpdontista Sem categoria

Julho Laranja: como as funções afetam a oclusão

Consulta ortpdontista

Respiração, aleitamento, mastigação… Todas as funções precisam estar equilibradas para a oclusão se desenvolver bem!

Esse é o quarto post sobre ortodontia na infância, como parte da campanha Julho Laranja. Se você não viu os anteriores, é só clicar aqui. Hoje falaremos sobre a importância da respiração e os hábitos prejudiciais.

O desenvolvimento da oclusão depende muito das funções, ou seja, a alimentação (aleitamento nas crianças menores e mastigação nas maiores), a respiração, a fala e a deglutição. Se alguma dessas funções não estiver bem, existe a chance de a oclusão não se desenvolver adequadamente.

Um exemplo é quando a criança tem alguma obstrução nas vias aéreas superiores (adenoides, rinite crônica, hipertrofia de cornetos nasais, etc.) e não consegue respirar pelo nariz, tendo que usar a boca. Isso modifica totalmente a postura da língua, da mandíbula e do pescoço, causando alterações na oclusão, na face e no organismo como um todo.

Quanto mais cedo a respiração bucal for descoberta, mais fácil tratar as consequências. A criança deve ser encaminhada ao otorrinolaringologista para tratar a obstrução nasal, enquanto o ortodontista atua no problema oclusal. Inclusive, a terapia ortodôntica costuma ajudar a diminuir a obstrução, mas isso não substitui o acompanhamento com o otorrino. O tratamento fonoaudiológico pode ser indicado também.  

Outro hábito que está muito relacionado com más-oclusões é a sucção prolongada de chupeta ou do dedo. Ter um “corpo estranho” posicionado entre os dentes de forma constante pode alterar a forma dos arcos e causar mudanças na postura da língua e da mandíbula.

A chupeta merece uma discussão à parte, pois seu uso implica em muito mais do que consequências na oclusão. Há algum tempo, dizia-se que, se a chupeta fosse abandonada até os 2 ou 3 anos de idade, os problemas de oclusão se corrigiriam espontaneamente. Ou seja, se a chupeta for abandonada até essa idade, não haveria problema. Mas, recentemente, descobriu-se que o uso da chupeta interfere negativamente no aleitamento materno, por exemplo. Então, a recomendação atual é que a chupeta não seja oferecida em nenhuma idade. Na prática, isso não é fácil para as famílias, mas é uma discussão para um outro momento.

O ideal é que a criança não use a chupeta em nenhuma idade, mas, se usar e abandonar até os 3 anos, tudo bem do ponto de vista da oclusão. Porém, se passar disso, é possível que as alterações sejam mais persistentes. O ortodontista pode atuar tanto corrigindo as consequências quanto ajudar a criança no abandono dos hábitos, com técnicas comportamentais e aparelhos reeducadores.

A sucção do dedo costuma ser mais crítica do que a da chupeta porque, ao contrário da primeira, não é possível tirar do alcance da criança. Mas, com os aparelhos e técnicas certas, é possível ajudá-la a deixar esse costume.

Além desses, existem outros hábitos que podem causar alterações na oclusão. Levar a criança para ser acompanhada desde cedo pelo ortodontista pode ajudar a identificar e eliminar esses fatores, ajudando a oclusão a se desenvolver de forma saudável.

Até o próximo post!

Referências bibliográficas:

MACHADO et. al., Dental Press J Orthod. 2000 nov-dez;5(6):107-129

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 abr-maio;9(2):77-97

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):30-6 BITTENCOURT & MACHADO, Dental Press J Orthod. 2010 nov-dez;15(6):113-22

Ortodontia em crianças Sem categoria

Julho Laranja: crescimento e problemas ortodônticos

Entenda como o crescimento da face pode fazer a oclusão dar certo… ou não!

Esse é o terceiro post da série sobre os problemas de oclusão da infância, como parte da campanha Julho Laranja, que foi criada para chamar a atenção das famílias para a prevenção de más-oclusões em crianças. Se você não viu os primeiros, pode ver aqui e aqui.

Vamos fazer um exercício de visualização: a oclusão leva em consideração não só o alinhamento dos dentes, mas também a relação entre os dois arcos. Imagine, quem tem dentes só em cima, ou só embaixo, não mastiga, concorda? Então, para que a mastigação e as outras funções dos dentes se cumpram bem, é preciso que o arco de cima e o de baixo se articulem bem.

O arco superior está contido em um osso par chamado maxilar, e o inferior, na mandíbula, e eles são mais ou menos independentes. Concorda que, para que um adulto tenha uma oclusão correta, a maxila e a mandíbula têm que crescer de forma harmônica? Se essa harmonia no crescimento não acontecer, teremos um descompasso na posição dos arcos.

Maxila e mandíbula, crescimento da face
A maxila e a mandíbula contendo os arcos dentários.
Imagem: RADLANSKY, R. & WESKER, K. A Face – Atlas ilustrado de Anatomia Clínica – Ed. Quintessence, 2016, São Paulo (legendas nossas)

As principais são as distoclusões (em que a mandíbula está mais atrás que a maxila), as mesioclusões (em que a mandíbula está mais à frente) e também temos desarmonias verticais, em que os ossos podem crescer mais ou menos que o normal em altura, refletindo na oclusão e no aspecto da face.

Criança com mdistoclusão, necessidade de aparelho ortodôntico
Distoclusão, quando o arco superior fica à frente do inferior. Pode ser por excesso de crescimento da maxila, deficiência de crescimento da mandíbula, ou uma combinação dos dois. Observe que, além da posição dos arcos, a alteração do crescimento também se reflete na face, com o aspecto de “queixo para trás”.

Imagem: CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia – Ed. Dental Press, 2004 Maringá
Criança com mesioclusão, necessidade de aparelho ortodôntico
Mesioclusão, quando o arco superior fica atrás do inferior, por excesso de crescimento da mandíbula, deficiência de crescimento da maxila, ou ambos. Na face, isso se reflete com o queixo para frente ou um aspecto “afundado” na região das maçãs do rosto.

Imagem: CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia – Ed. Dental Press, 2004 Maringá
Criança com face longa, necessidade de aparelho ortodôntico
Quando a face cresce excessivamente em altura, a mandíbula roda para baixo e para trás, cria-se uma mordida aberta e o paciente tem dificuldade de fechar os lábios.

Imagem: CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia – Ed. Dental Press, 2004 Maringá
Criança com face curta, necessidade de aparelho ortodôntico
Quando a face cresce pouco em altura, o rosto fica com um aspecto envelhecido, os dentes aparecem pouco no sorriso e cria-se uma mordida chamada profunda.

Imagem: CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia – Ed. Dental Press, 2004 Maringá

O que causa essas alterações de crescimento?

Quase sempre um componente genético está envolvido. Herdamos nosso padrão de crescimento dos nossos pais e avós. Por isso que, muitas vezes, na mesma família, temos irmãos, pais e filhos, e até avós com o mesmo padrão facial e oclusal.

Como já disse no primeiro post, nem sempre um só fator determina que uma má-oclusão apareça e, apesar do componente genético existir, podem existir outras causas que atenuem ou agravem o problema. A expressão do está na genética depende também do ambiente.

E essa é a boa notícia!

Em muitos casos, quando detectamos precocemente, podemos redirecionar esse crescimento de forma a minimizar ou mesmo corrigir completamente a má-oclusão que estava se estabelecendo.

Assim, problemas que só poderiam ser corrigidos com tratamentos radicais numa oclusão madura, podem ser amenizados ou totalmente corrigidos com o uso de aparelhos bem simples durante a infância ou adolescência. Não é fantástico?

Se você tem uma criança em casa, não deixe de fazer o acompanhamento com o ortodontista. O ideal é a partir dos 6 anos, mas se não deu para começar nessa época, pode ser depois disso, em qualquer idade. O importante é acompanhar e não perder a melhor época para fazer o tratamento.

Até o próximo post! Inscreva-se no blog para não perder!

Referências bibliográficas:

MACHADO et. al., Dental Press J Orthod. 2000 nov-dez;5(6):107-129

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 abr-maio;9(2):77-97

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):30-6 BITTENCOURT & MACHADO, Dental Press J Orthod. 2010 nov-dez;15(6):113-22

Criança ortodontia Sem categoria

Julho Laranja: prevenir cáries também é prevenir problemas ortodônticos

Criança ortodontia

Você sabia que preservar os dentes de leite dos pequenos pode evitar que precisem de aparelho no futuro?

Esse é o segundo post da série  sobre a campanha Julho Laranja. Se você não viu o anterior, só clicar aqui.

No post passado, falamos sobre a importância do tratamento dos problemas de oclusão quando são identificados ainda durante a infância, e falamos sobre as causas desses problemas de oclusão. Hoje falaremos sobre uma causa muito comum de problemas, que são as perdas dos dentes de leite (chamados dentes decíduos).

Culturalmente, muitas famílias não dão muita importância para os decíduos, imaginando que, se um dia eles vão ser substituídos pelos permanentes, então não tem problema que tenham cárie ou sejam perdidos.

Mas isso não é verdade! O dente de leite tem a função de, além de permitir à criança mastigar e pronunciar as palavras, guardar o espaço no arco para o dente permanente. Além do mais, cáries e perdas dos dentes de leite podem, assim como em adultos, causar dor, perda da autoestima e diminuição na qualidade de vida.

Os dentes, sejam permanentes ou decíduos, estão sempre procurando contato uns com os outros, o que significa que, quando um é perdido, os dentes próximos vão se movimentar na tentativa de fechar aquele espaço.

O certo é que um dente de leite só seja removido quando o permanente já estiver pronto para irromper. Como a gente sabe disso? Quando o de leite está “molinho”, o que significa que o permanente já está absorveu a raiz do decíduo e está só esperando que ele saia para ocupar seu lugar.

Mas, se um dente de leite for perdido antes que o permanente esteja pronto para nascer, em pouco tempo os vizinhos vão se movimentar e o espaço vai ser fechado. O que vai acontecer então?  Em primeiro lugar, os restantes já não vão estar no lugar certo, e depois, o permanente que não teve espaço não vai nascer (pode ficar dentro do osso indefinidamente) ou pode nascer numa posição bem desfavorável, como no céu da boca, por exemplo.

Por isso que dizemos que, quando cuidamos para que uma criança não tenha cárie, ou perca seus dentinhos, isso também é uma forma de ortodontia (a Ortodontia Preventiva).

Mas, uma vez que o dente tenha sido perdido, ou esteja indicada a sua extração, existem aparelhos próprios para que o espaço não se feche, ou se já fechou um pouco, recuperá-lo para que o permanente possa ter espaço. Isso é a Ortodontia Interceptativa, ou seja, que detêm, interrompe o desenvolvimento de uma má-oclusão.

Por isso, o acompanhamento da criança desde cedo com odontopediatra, ou mesmo clínico geral, é importante para não deixar esse tipo de situação ocorrer ou evoluir.

No próximo post, falarei sobre outra causa comum de más-oclusões e como podemos tratá-las precocemente. Te espero lá, não perca!

Referências bibliográficas:

MACHADO et. al., Dental Press J Orthod. 2000 nov-dez;5(6):107-129

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 abr-maio;9(2):77-97

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):30-6 BITTENCOURT & MACHADO, Dental Press J Orthod. 2010 nov-dez;15(6):113-22