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O crescimento vertical

Porque somos seres em 3D e crescemos nos três planos do espaço!

Já falei sobre o crescimento geral da face e expliquei no último post como o crescimento sagital (aquele que faz a face aumentar em profundidade) é importante para o encaixe entre os dentes e a harmonia estética do nosso rosto.

Só que o crescimento sagital não está sozinho nisso isso, ele sofre muita influência do crescimento vertical, que é o que aumenta nossa face em altura!

O crescimento vertical é o que aumenta nosso rosto em altura, ou, numa vista frontal, em comprimento.

De modo simplista, podemos dizer que quem guia o crescimento vertical é o crânio, ou seja, as estruturas ósseas que estão unidas firmemente entre si, da cabeça até a face. À mandíbula, que tem uma relação mais “livre” com o crânio, só resta adaptar-se.

Como? Girando.

Quando a face cresce exageradamente em altura, a mandíbula gira no sentido anti-horário, ou seja, como se deslocasse, ao mesmo tempo, para baixo e para trás.

Um crescimento vertical excessivo do crânio parece “empurrar” a mandíbula para baixo e para trás.

Com isso, temos:

  • A sensação de que a mandíbula é menor, e o queixo parece que está mais para trás.
  • O perfil se torna mais convexo.
  • Tem-se a sensação de que o rosto é mais longo.
  • Muitas vezes, a pessoa expõe uma maior extensão de dentes e gengiva, tanto ao sorrir quanto no repouso.
  • É comum que as pessoas com esse padrão só consigam fechar os lábios se fizerem certo esforço.
  • Parece, visualmente, que a distância entre o nariz e os lábios é maior do que normal.
  • Na oclusão, existe uma tendência à mordida aberta, ou seja, os dentes não se tocarem na região dos incisivos.

Chamamos esse padrão de face longa ou face alta.

Exemplo que pessoas aparentemente (depois explico por que não podemos afirmar com certeza) têm um padrão face longa:

E quando o contrário acontece?

Quando o crânio cresce menos do que deveria em altura, a mandíbula gira no sentido horário, ou seja, como se deslocasse para a frente e para cima.

Um crescimento vertical deficiente do crânio leva a mandíbula a girar para a frente e para cima.

Com isso, temos:

  • A sensação de que a mandíbula é maior, e o queixo parece mais proeminente.
  • O perfil se torna mais reto ou até côncavo.
  • Tem-se a sensação de que o rosto é curto.
  • Parece que a distância entre e o nariz e os lábio é menor que o normal.
  • Normalmente, ao sorrir e falar, os dentes aparecem pouco, o que pode conferir à pessoa o aspecto de ter mais idade.
  • Quando a boca está fechada, pode parecer que “sobra” um excesso de lábios;
  • Com frequência, a mordida é profunda, ou seja, os dentes de cima se sobrepõem aos de baixo mais do que seria considerado ideal.

Chamamos a essas alterações de padrão face curta ou face baixa.

Exemplo de pessoas que parecem ter o padrão face curta:

Mas atenção!

Nem toda pessoa que tem o rosto comprido tem o padrão face longa, e nem toda pessoa de rosto curto tem o padrão face curta. Esses padrões se caracterizam por um desequilíbrio nas proporções, como reflexo de uma alteração no crescimento ideal.

Existem pessoas que têm o rosto longo e que têm o rosto curto, mas com as partes proporcionais entre si. As pessoas de rostos longos e proporcionais são chamados de dolicofaciais, e os que têm rostos curtos e equilibrados são chamados braquifaciais.

Scarlett Johanson é um exemplo de dolicofacial. Observe como o rosto é longo, mas proporcional. Rostos alongados passam uma sensação de jovialidade, não acha?

Kirsten Dunst é um exemplo perfeito de braquifacial. A proporção entre a altura e a largura da face são semelhantes, mas ela não parece ter as medidas entre nariz, lábio e queixo diminuídas. Sinal de que simplesmente esse é seu padrão genético.

Acima temos duas atrizes belíssimas que, apesar de seus rostos terem a proporção altura x largura fora da média, não apresentam as características faciais dos padrões desequilibrados.  

Como saber se uma pessoa tem um padrão vertical normal ou alterado? Bem, precisamos fazer medições numéricas em fotografias de face padronizadas ou, melhor ainda, na radiografia lateral da cabeça, para qual existem análises para determinar o padrão facial. Como para as pessoas que mostrei aqui, só me baseei em fotos em ângulos não muito ideais, podemos ter uma ideia dos seus padrões faciais, mas não podemos afirmar com certeza.

Ah, e o Popeye? Vamos lá… Rosto curto, queixo proeminente, aparência de ter mais idade, pouca distância entre o nariz e a boca… O que você chutaria sobre o padrão vertical dele?

Com certeza, um padrão face curta!

E quando um ter um padrão face longa ou face curta se torna um problema?

Ou quando o padrão facial se reflete em um problema de oclusão que precisa ser corrigido, ou quando o aspecto facial incomoda o paciente.

Os pacientes face curta geralmente se queixam (principalmente as mulheres) de aparentar mais idade ou terem um aspecto “sisudo”, por não terem uma exposição de dentes muito grande. Já os pacientes face longa se incomodam por mostrar dentes e gengivas demais, e não conseguirem fechar bem os lábios.

E como corrigir?

Assim como para as discrepâncias do crescimento sagital, se as alterações de oclusão forem leves, pode-se simplesmente adaptar a oclusão, como fechar ou abrir a mordida através de aparelhos ortodônticos, por exemplo. Mas, se o problema de oclusão for mais sério, ou o aspecto facial incomodar muito o paciente, a cirurgia ortognática pode ser uma excelente opção para melhorar o equilíbrio dos ossos da face.

Vida longa ao seu sorriso! 🥂


As figuras das montagens foram retiradas de: RADLANSKI, R. & WESKER, K. A Face – Atlas Ilustrado de Anatomia Clínica. São Paulo: Quintessence, 2016.

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O crescimento sagital

A maxila cresce e a mandíbula tem que acompanhar, se quiser terminar com uma oclusão equilibrada e uma face harmônica. Será que vai dar tudo certo?

No último post, falei sobre como se dá o crescimento da face, como ele determina a aparência do nosso rosto e influencia no encaixe entre os dentes.

Todos os sentidos de crescimento são importantes, mas o anteroposterior (que aumenta nossa cabeça e face em profundidade) nos dá uma característica muito importante: a convexidade do perfil.

Se, numa vista de lado, traçarmos uma linha que vai do ponto entre as sobrancelhas até a base do nariz, e outra da base no nariz ao ponto mais proeminente do queixo, vai se formar um ângulo entre elas, que pode ser convexo, côncavo, ou formar uma linha praticamente reta.

Várias configurações possíveis de perfil.

A medida considerada padrão é um pouco menos do que 180°, ou seja, um perfil levemente convexo, como o da modelo abaixo.

Normalmente, faces que se distanciam muito dessa medida são consideradas menos harmônicas. Para as mulheres, costuma ser desejável um perfil tendendo à convexidade, e as faces masculinas aceitam perfis mais côncavos.

Mas pode existir beleza em todos os padrões, incluindo exceções às regras de gênero: uma mulher que é considerada uma das mais belas do mundo tem o perfil côncavo. Ela mesma, Angelina Jolie.

Fora dos padrões, e mesmo assim, perfeita.

A ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2014, Lupita Nyong’o, também tem um belo perfil côncavo:

Observe como a mandíbula tem uma presença forte nesta face.

Já a lindíssima Scarlett Johansson tem um perfil convexo. Observe como o queixo está atrás da linha que passa abaixo do nariz:

Voltaremos à Scarlett quando falarmos do crescimento vertical.

Olhando uma face de perfil, o ponto abaixo do nariz expressa o crescimento da maxila, e o ponto mais proeminente do queixo é reflexo do crescimento da mandíbula (sofre influência também do crescimento vertical, mas isso é assunto para o próximo post!). 

Quando a maxila e a mandíbula crescem em sincronia no sentido anteroposterior, a tendência é gerar um perfil reto a ligeiramente convexo, dentro da medida padrão, e os arcos dentários se encaixam bem – é a normoclusão.

Exemplo de oclusão equilibrada no sentido anteroposterior – a normoclusão.
Fonte: SILVA Fº, O.G.; GARIB, D.G; LARA, T.S. Ortodontia Interceptiva – Protocolo de tratamento em duas fases. São Paulo: Artes Médicas, 2013.

Porém, pode acontecer de ou a maxila crescer demais, ou a mandíbula crescer menos, ou ambas as situações combinadas. Nesse caso, o perfil tende a ser mais convexo, com a percepção de que o queixo é para trás – é o padrão retrognata. Normalmente, esse crescimento cria uma situação em que os dentes superiores vão estar à frente dos inferiores – é a distoclusão.

No padrão retrognata, a sensação é de que o queixo é pequeno, assim como os dentes de baixo ficam muito atrás em relação aos de cima.
Fonte: SILVA Fº, O.G.; GARIB, D.G; LARA, T.S. Ortodontia Interceptiva – Protocolo de tratamento em duas fases. São Paulo: Artes Médicas, 2013.

Em outras pessoas, ou a maxila cresce menos, a mandíbula cresce mais, ou os dois ao mesmo tempo. Os dentes inferiores vão estar à frente dos superiores, em uma condição chamada mesioclusão. Nesses pacientes, o perfil tende a ser mais côncavo – é o padrão prognata.

Um caso bem acentuado de mesioclusão.
Fonte: SILVA Fº, O.G.; GARIB, D.G; LARA, T.S. Ortodontia Interceptiva – Protocolo de tratamento em duas fases. São Paulo: Artes Médicas, 2013.
Teste seus conhecimentos: o Bart Simpson é prognata ou retrognata?

Uma curiosidade: nos bebês, a mandíbula é posicionada muito mais atrás da maxila, se compararmos com uma pessoa adulta. Na foto abaixo, é possível observar muito bem isso. Por essa razão, o crescimento da mandíbula acaba sendo bem mais intenso do que o da maxila, ao longo da infância.

Essa bonequinha é minha sobrinha, Serena. Postagem autorizada pelo papai e pela mamãe.

E como tratar as alterações de crescimento anteroposterior?

Se o paciente ainda é criança ou adolescente e o ortodontista percebe um problema de crescimento, existem aparelhos que podem ser usados para conter ou estimular o crescimento da maxila ou da mandíbula. Por isso é importante que as consultas ao ortodontista comecem ainda na infância!

Uma vez que a pessoa esgotou seu potencial de crescimento facial – isso acontece mais ou menos aos 14 anos anos nas meninas e aos 16 nos meninos – não é possível mais interferir no crescimento anteroposterior. Então existem duas alternativas para corrigir a oclusão:

1- Compensação dentária: movimentamos os dentes para que a oclusão se encaixe o mais próximo possível do ideal, mesmo que os ossos não estejam nas posições corretas.

Muitas vezes, já existe uma compensação natural, numa tentativa do organismo de conseguir uma oclusão funcional. No caso da distoclusão, os incisivos inferiores de inclinam para a frente os superiores para trás, numa tentativa de se encontrarem, e a situação é inversa para a mesioclusão.

O tratamento ortodôntico para compensação pode envolver extrações de dentes permanentes para conseguir o espaço para a correção. Existem limites para a compensação, que é manter os dentes dentro dos ossos. Se a discrepância for muito grande, pode não ser possível compensar.

A compensação dentária consegue resolver o problema do encaixe entre os dentes, mas não melhora as características da face.

2- Cirurgia ortognática: essa cirurgia ataca a raiz do problema, que é o posicionamento dos ossos. Falo mais sobre ela aqui.

Na maioria esmagadora dos casos, ela não elimina a necessidade do tratamento ortodôntico, até porque o aparelho serve como referência para a cirurgia. Se já existe uma compensação natural, o que é muito frequente, ela precisa ser corrigida.

A cirurgia é mais indicada em casos em que a discrepância é tão grande que não permita compensação, ou quando o aspecto facial incomoda muito o paciente. A cirurgia ortgnática consegue melhorar as características da face, deixando-a mais equilibrada.

O crescimento vertical também influencia na posição da maxila e da mandíbula, podendo amenizar ou potencializar o padrão de crescimento anteroposterior. Falarei mais sobre isso no próximo post! Fique atento(a)!

Vida longa ao seu sorriso! 🥂


As figuras das montagens foram retiradas de: RADLANSKI, R. & WESKER, K. A Face – Atlas Ilustrado de Anatomia Clínica. São Paulo: Quintessence, 2016.

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O que determina a forma de um rosto?

Você já se perguntou o que faz cada pessoa ter uma aparência tão única?

Com certeza você já observou a grande diversidade de faces entre os seres humanos. Existem pessoas de rostos redondos, quadrados, alongados, curtos, perfis retos, queixos proeminentes ou discretos… Dentro de cada etnia, pode predominar um determinado tipo de face. Na mesma família, podem ter pessoas muito parecidas – e, colocando duas pessoas aleatórias lado a lado, elas podem ser brutalmente diferentes.

E isso é bom, porque são essas características distintas que nos tornam reconhecíveis como indivíduos únicos! Nós, humanos, temos uma capacidade admirável de reconhecer e memorizar faces.

Já entre as crianças pequenas, nem sempre esses aspectos são tão marcantes. Algumas características, como forma do nariz e dos olhos, são logo perceptíveis, mas muitas só aparecerão com o tempo.

Por quê? Porque elas são ditadas pelo padrão de crescimento da face.

Por isso as pessoas podem ser tão diferentes!

Todos nós nascemos com uma média de 3-4 kg, e chegamos à estatura de adultos por um processo chamado crescimento, em que os seres vivos aumentam progressivamente de tamanho à medida em que se desenvolvem, até a idade adulta.

De uma forma simplista, podemos pensar que muitas partes do corpo aumentam predominantemente em comprimento – vamos pensar em pernas, braços, mãos e pés, por exemplo. Mas, vamos analisar o crânio e a face: se compararmos a forma da cabeça de um bebê à de um adulto, podemos perceber que o crescimento dessa parte do corpo é tridimensional: as proporções mudam um pouco, mas a forma se mantém mais ou menos a mesma. 

Não acontecem mudanças radicais de forma durante o crescimento do crânio dos humanos. Fonte: ENLOW, Donald. Crescimento Facial. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

O crescimento da cabeça e da face pode ser analisado nos três planos do espaço:

Transversal: se olharmos a cabeça de frente, o crescimento transversal é o que aumenta a cabeça e a face em largura.

Vertical: é o crescimento que aumenta a face em altura.

Sagital: numa vista de perfil, o crescimento sagital aumenta a cabeça e a face em profundidade:

O crescimento em cada plano tem um reflexo diferente na forma da face e se manifesta na posição dos dentes.

Por exemplo, uma deficiência no crescimento transversal (comum em crianças com problemas respiratórios e hábitos de chupar dedo) leva a um estreitamento do arco superior, e pode levar a uma mordida cruzada, que é um problema na relação transversal entre os dentes.

O crescimento vertical define a altura da face – se o rosto é mais comprido ou mais curto – e influencia o quanto a pessoa expõe os dentes quando sorri ou quando os lábios estão relaxados.

E é principalmente no crescimento sagital que um ajuste muito importante precisa acontecer!

Nossos dentes de cima estão implantados em dois ossos pares (ou seja, existe um direito e um esquerdo) chamado maxilas, mais precisamente em uma região anatômica chamada processo alveolar. As maxilas estão unidas entre si e com o restante do crânio por ligações chamadas suturas, que, enquanto o indivíduo ainda está crescendo, são preenchidas por tecido mole e é através da proliferação de células nesses tecidos que o crescimento dos ossos acontece. Uma vez que a pessoa para de crescer, as suturas tornam-se praticamente rígidas.

As maxilas estão ligadas ao restante do crânio também por suturas, então seu crescimento é basicamente um reflexo pelo crescimento do mesmo, que é determinado geneticamente.  

Já os dentes de baixo se inserem na mandíbula, um osso ímpar, que tem apenas dois pontos de ligação com o crânio:

– a articulação temporomandibular (ATM), que se encontra logo atrás dos ouvidos;

– a oclusão, ou seja, a relação entre os dentes de cima e o de baixo.

A mandíbula cresce principalmente aumentando a extremidade que forma a ATM, por meio de um crescimento cartilaginoso, semelhante ao crescimento das pernas e dos braços.

Por ser ligada ao restante do crânio por uma articulação móvel e não por suturas sólidas, a mandíbula é mais ou menos independente em relação ao crescimento. Existe um forte potencial genético, mas também é influenciado pela oclusão.

Para que, no final do crescimento, os dentes superiores e inferiores se encaixem bem, é preciso que o crescimento da mandíbula acompanhe o crescimento do restante da face de forma harmônica.

Quando isso não acontece, além de termos uma alteração do encaixe entre os dentes, provavelmente também vai se refletir na face.

O que determina o crescimento da face?

Basicamente, a genética – como para todo o resto do corpo. Os padrões de crescimento da face são herdados dos pais, e é por isso que, frequentemente, temos pessoas muito parecidas dentro de uma mesma família.

Mas o ambiente pode influenciar – certos fatores podem estimular ou conduzir uma mudança de direção do crescimento. Esses fatores podem ser naturais – como um contato anômalo entre os dentes que vai desviar a mandíbula da sua posição normal – ou induzidos, como, por exemplo os aparelhos ortodônticos ou ortopédicos.

É aí que entra o trabalho do Ortodontia: diagnosticar desde cedo as alterações e intervir de forma que o crescimento se dê da forma mais saudável possível, prevenindo alterações maiores na idade adulta! Por isso, dizemos que nós, ortodontistas, somos também ortopedistas da face.

Voltarei a esse assunto em breve, fique atento(a)! Até a próxima.

Vida longa ao seu sorriso! 🥂


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Alinhadores ortodônticos Sem categoria

Tudo – Absolutamente Tudo! – sobre alinhadores ortodônticos

Alinhadores ortodônticos

Aparelho invisível, alinhadores transparentes… O que você sabe sobre os aparelhos ortodônticos mais inovadores?

O que são alinhadores?

São aparelhos ortodônticos em formas de placas transparentes, confeccionadas em material plástico, que movimentam os dentes se usadas em sequência.

Não são uma ideia nova: os primeiros aparelhos feitos dessa forma foram descritos na década em 1940. Porém, as limitações de tecnologia da época tornavam esses tratamentos inviáveis do ponto de vista prático. Só nas últimas décadas, com o surgimento de escâneres, impressoras 3D, softwares que fazem a simulação da correção ortodôntica, e materiais plásticos com boas propriedades, que foi possível produzir esses aparelhos em larga escala, com previsibilidade de resultados e custos acessíveis. 

Como funcionam?

Como qualquer aparelho ortodôntico, movimentam os dentes aplicando forças. Nossos dentes têm a capacidade de mudar de posição dentro dos ossos, em resposta a forças. Isso é um recurso da natureza para que os dentes se adaptem às mudanças que ocorrem ao longo da vida.

Como são produzidos?

Falando só dos aparelhos propriamente ditos, o primeiro passo é criar um modelo 3D das arcadas e da oclusão, através de um scanner próprio.

Usando um programa de computador específico, o operador simula a correção dos dentes (de acordo com os objetivos do tratamento, como vou explicar melhor adiante), até a situação ideal para aquele paciente – essa etapa chamamos de setup.

Sabendo quanto é possível de movimentação dentária para cada placa, o programa gera uma série de estágios intermediários entre o inicial e o final. Cada estágio promove um pouco de movimentação, que vai levar de um ponto a outro. Para cada um desses estágios, é impresso um modelo da arcada e criada uma placa relativa àquele estágio.

Quando o paciente usa as placas na sequência, juntamente com alguns procedimentos feitos no consultório, os dentes movimentam-se gradativamente da posição inicial até a posição desejada. 

E os alinhadores realmente funcionam?

Sim – se bem indicados, se bem executados, e se o paciente os usar corretamente.

Bem indicados

Infelizmente, com a tecnologia que temos atualmente, nem todos os problemas de oclusão são corrigíveis com alinhadores, e, para outros, não seriam o aparelho de primeira escolha. Como expliquei acima, os alinhadores só movimentam os dentes selecionados, então são mais interessantes para casos em que é necessária relativamente pouca movimentação.

Para correções muito extensas, o número de alinhadores é muito maior, aumentando exponencialmente o custo, o tempo de tratamento e a necessidade de colaboração do paciente, que tende a diminuir com o tempo.

Quadro falando das indicações dos alinhadores

Bem executados

Assim como qualquer aparelho ortodôntico, os alinhadores não fazem nada sozinhos! Bons resultados dependem de:

• Um bom planejamento por parte do ortodontista: nenhum tratamento pode dar certo se não houver um bom diagnóstico e clareza sobre o que precisa ser corrigido;

• Na etapa laboratorial: um setup minucioso, uma boa impressão e a confecção precisa das placas;

• O correto acompanhamento pelo ortodontista, nos intervalos adequados e executando os procedimentos complementares, quando necessários.

Se o paciente fizer sua parte

Para movimentar os dentes de forma satisfatória, os alinhadores precisam ser usados por pelo menos 22 horas por dia. Isso significa que as placas terão que ser usadas para dormir, no trabalho e nos momentos de lazer.

Praticamente os únicos momentos em que eles deverão ser removidos é durante as refeições e para fazer a higiene bucal. Portanto, é preciso ter disciplina e comprometimento para ter resultados!

Qual é o passo-a-passo do tratamento?

Como qualquer outro tratamento ortodôntico, o tratamento com alinhadores começa com a consulta com o ortodontista, que vai investigar as necessidades do paciente – tanto as suas percepções sobre seu problema quanto as necessidades clínicas. Vai solicitar também os exames complementares, mais conhecidos como “documentação ortodôntica”. Um deles é o escaneamento intraoral, que vai gerar o arquivo 3D em que é feito o setup. Da mesma forma que para o tratamento ortodôntico convencional, são necessárias fotos e radiografias.

Com os dados da entrevista, do exame clínico e dos exames complementares, o ortodontista faz o planejamento de que movimentações dentárias o paciente precisa. Se os alinhadores forem uma opção para o caso e o paciente assim desejar, o planejamento é enviado para a empresa fabricante para que o setup seja feito. Essa etapa define com precisão o número de alinhadores e o tempo de tratamento.

Uma vez que o setup esteja pronto, o ortodontista confere para ver se está condizente com os objetivos do tratamento. Na minha prática, o paciente também participa deste processo. Uma vez aprovado o setup, a empresa inicia a fabricação dos alinhadores.

A primeira sessão é como se fosse a “instalação” dos aparelhos. Os attachments são colados, os primeiros alinhadores são adaptados, e o paciente é orientado quanto ao uso e a frequência das trocas.

Daí por adiante, são marcadas consultas regulares de acompanhamento, que podem ser quinzenais, mensais ou até mesmo mais espaçadas, de acordo com a necessidade do caso. Nessas consultas, o ortodontista checa se está tudo correndo bem e executa os procedimentos complementares necessários (como, por exemplo, pequenos desgastes para acomodar melhor os dentes no espaço disponível).

Quando chega ao final do tratamento, os attachments são removidos, o esmalte dos dentes é polido e são instalados aparelhos de contenção, de forma semelhante ao que é feito com aparelhos fixos.


Qualquer movimentação ortodôntica recente é instável, portanto, é necessário que se usem aparelhos para segurar os dentes nas posições.


Qual é média de tempo do tratamento?

Para os casos bem indicados, o tratamento com alinhadores costuma ser mais rápido do que com aparelhos fixos. Para casos simples, a duração média é entre 6 e 12 meses, e, para os casos um pouco mais complexos, pode passar de um ano.

Entre a consulta no ortodontista e o início do tratamento propriamente dito, são necessários entre 30 e 45 dias, que são os prazos para que o planejamento, o setup e a confecção dos alinhadores sejam concluídos.

Quais as vantagens dos alinhadores?

A maior das vantagens, em relação ao aparelho fixo, é que os alinhadores só movimentam os dentes que queremos movimentar. Com isso, o tratamento normalmente é mais rápido e previsível. Com o aparelho fixo, temos que incluir todos, mesmo os que estão bem-posicionados – e, com isso, toda a oclusão precisa ser reorganizada.

Também são mais confortáveis e infinitamente mais estéticos que os aparelhos fixos. Como são removidos no momento da alimentação e da higiene bucal, não existe a preocupação em quebrar o aparelho ou dificuldade em higienizar os dentes. Em situações sociais ou ocasiões especiais, basta que sejam retirados e ninguém saberá que você usa aparelho.

Por que “aparelhos invisíveis”?

Eu não uso os termos “aparelho invísível” ou “alinhadores invisíveis” – prefiro “transparentes” – porque, embora sejam muito mais discretos que o mais estético dos aparelhos fixos, eles são sim perceptíveis em um olhar mais atento. As placas têm espessura média de 0,7 mm, então fazem um leve volume em torno dos dentes.

Sorriso com alinhadores
Você vê algo diferente nesse sorriso? São os alinhadores em posição. Fonte: Martins, R.P. Alinhadores e Ortodontia Digital. Maringá, PR: Dental Press, 2021

Além do mais, os attachments fazem um pequeno volume na superfície de alguns dentes, e, apesar de bastante discretos, podem ser visíveis mesmo sem os alinhadores.  

Alinhadores ortodônticos
Sem alinhadores (acima) e com alinhadores (abaixo). Fonte: Martins, R.P. Alinhadores e Ortodontia Digital. Maringá, PR: Dental Press, 2021

São mais confortáveis?

Quando em boca, são bem mais confortáveis que os aparelhos fixos, embora também precisem de um tempo de adaptação. Outra grande vantagem é que são removidos na hora da alimentação, não exigindo cuidados com alimentos mais duros.

Porém, da mesma forma que com os aparelhos fixos, os dentes ficam um pouco doloridos depois da ativação, o que costuma ser perfeitamente suportável.

São mais rápidos?

Para casos simples, sim, justamente porque só movimentam os dentes que precisam ser movimentados, e preservam os que estão nas posições certas. À medida em que a necessidade de movimentação aumenta, são necessárias mais placas e mais tempo de tratamento. Além do mais, tratamentos mais complexos têm mais chance de precisar de refinamento, que é uma fase adicional necessário em muitos casos (falarei mais sobre isso adiante).

Quais as marcas comerciais?

Os alinhadores são produzidos por empresas especializadas, sob encomenda do ortodontista. No Brasil, já existem várias companhias atuando, tanto nacionais quanto internacionais, diferenciando-se basicamente pelo software utilizado, o processo de produção dos alinhadores e o material e espessura das placas. 

Algum sistema é melhor que os outros?

Para cada caso em particular, um sistema pode ser mais vantajoso que outro por suas particularidades, por isso é interessante quando o ortodontista domina mais de um. Mas, quando o tratamento é bem planejado e bem executado, todos os sistemas podem oferecer resultados excelentes.

O que é o refinamento?

Para quase todos os movimentos, existe um grau de perda entre o que é planejado e o movimento que realmente acontece. Por isso, em muitos casos, numa fase mais avançada do tratamento, são necessários um novo escaneamento e um novo setup para detalhar com minúcias as posições finais dos dentes. Isso é necessário em torno de 70% dos casos, e não significa que o tratamento não está correndo bem ou o paciente não está usando corretamente os alinhadores. Na nossa clínica, essa fase já está inclusa no investimento total do tratamento.  

Os alinhadores vão aposentar os aparelhos fixos?

Como os alinhadores ainda são limitados para alguns casos, muito provavelmente não, pelo menos em um futuro próximo. Os alinhadores não devem ser encarados como um substituto aos aparelhos fixos, e sim como mais uma opção de tratamento.

Já usei aparelho fixo, posso usar?

Pode, e costuma ser muito bem indicado! Quem já tratou uma vez normalmente precisa só de pequenos movimentos, o que é a situação ideal para os alinhadores.

O que é o tratamento híbrido?

Parece loucura, mas não é: em alguns casos, pode-se tratar um caso com alguns meses de aparelho fixo, só para corrigir os posicionamentos mais anômalos, e então finalizar com alinhadores. É uma maneira de juntar o melhor de cada um dos aparelhos: uma correção eficaz, rápida, mais confortável e mais estética. Outra possibilidade de tratamento híbrido é usar, por exemplo, alinhadores em cima e fixo nos dentes de baixo. Não estranhe se seu ortodontista lhe propor isso!

Qual é o investimento para um tratamento com alinhadores?

Há alguns anos, a tecnologia dos alinhadores era muito mais custosa, e só tínhamos sistemas importados, cujos valores estão atrelados ao dólar. Agora, tanto a tecnologia está barateando, quanto temos empresas nacionais que fornecem um produto excelente com um valor condizente com o mercado brasileiro.

Hoje em dia, se usado um sistema nacional (que são tão eficientes quanto os importados), um tratamento com alinhadores tem um investimento similar ao de bons aparelhos fixos.

Em geral, quanto mais complexo o caso, mais alinhadores são necessários e maior o investimento. Portanto, só após a avaliação com o ortodontista é possível ter uma noção mais precisa do valor a ser investido.

Como posso saber se é uma boa opção para mim?

Alguns pontos indicam que você pode ser um bom candidato ao uso de alinhadores:

• se você já fez tratamento ortodôntico antes, mas os dentes voltaram às posições originais, apareceu um novo problema, ou você não ficou satisfeito com o resultado;

• se seu sorriso já é relativamente alinhado, mas tem alguma coisa que você gostaria de melhorar;

• se os problemas de posicionamento dos dentes são relativamente suaves;

• se você tem uma demanda estética que não permite usar aparelho fixo (comum para modelos, atores, apresentadores, jornalistas, influencers, etc.);

• se você tem alergia a metais e não pode usar aparelhos fixos por essa razão;

• se você já tentou tratamento com aparelho fixo, mas não se adaptou.

No momento da avaliação, o ortodontista pode confirmar a indicação e informará quais os próximos passos para prosseguir com o tratamento.

Indicações dos alinhadores

Você ficou com alguma dúvida?

Se não consegui esclarecer todas os seus questionamentos, por gentileza entre em contato comigo pelos meus canais. Vou ficar feliz em poder ajudar!


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Por que fazer o tratamento ortodôntico?

Um sorriso bonito é muito importante. Mas os benefícios do tratamento ortodôntico vão muito além disso!

Quando um paciente me procura para fazer um tratamento ortodôntico, geralmente ele chega lá por uma dessas duas razões:

– Um dentista clínico indicou que ele precisava;

– Algo na aparência do sorriso está o(a) incomodando.

Existem problemas de oclusão que impactam pouco na beleza do sorriso, mas a maioria reflete em um problema estético: dentes tortos, separados, assimétricos… E geralmente é esse incômodo que leva o paciente procurar o tratamento.

E sim, isso é importante! A estética do sorriso tem um impacto muito grande na autoimagem de uma pessoa, influenciando sua autoestima e suas relações interpessoais. Estudos científicos já mostraram que pessoas com sorrisos ideais são consideradas mais inteligentes e têm maior chance de encontrar um emprego quando comparados com pessoas com sorrisos não ideais1, e que dentes alinhados aumentam os níveis percebidos de atratividade de uma pessoa2.

Mas, saiba, os benefícios de fazer um tratamento ortodôntico vão muito além.

A natureza criou os dentes humanos para se articularem em um determinado padrão para que as funções – mastigação, deglutição, fala – se cumpram bem. Uma oclusão dentro desses padrões permite:

1 – Mastigar de forma equilibrada

A mastigação é uma função que envolve músculos potentes e a delicada articulação temporomandibular, que fica em frente aos ouvidos. Para uma mastigação efetiva, é preciso que a oclusão esteja dentro dos parâmetros de normalidade. Mordidas alteradas podem exigir muito esforço dos músculos e da articulação e não permitem que se mastigue os alimentos adequadamente, o que pode até causar problemas digestivos.

 Os dois lados da mordida precisam ser simétricos, porque a mastigação precisa acontecer de forma igual dos dois lados – do contrário, é como andar com uma perna só: um lado vai ser muito mais estimulado que o outro, podendo causar dores musculares, problemas na articulação e, a longo prazo, até assimetrias na face.

2 – Todos os dentes recebem uma carga dentro da sua capacidade de suportá-la

Quando a posição dos dentes não está equilibrada, alguns podem receber, durante a mastigação, muito mais força do que os outros, o que pode causar desgastes irregulares, fraturas de esmalte e problemas nos tecidos de suporte (gengiva, ligamento e osso).

 3 – Facilita a higiene

Dentes muito tortos dificultam a limpeza com a escova e a passagem do fio dental. Com os dentes devidamente alinhados, a higiene é muito mais efetiva, e isso diminui o risco de cáries e doenças inflamatórias da gengiva.

4 – Impacta na estética da face

A posição dos dentes se reflete na posição dos lábios e bochechas, e na percepção do nariz e do queixo. Com um bom planejamento, é possível ter muitos ganhos estéticos na face! Em crianças e adolescentes, esses efeitos são ainda mais marcantes, pois em muitos casos é possível direcionar o crescimento da face para uma situação mais favorável.

Difícil de acreditar? Veja esses casos:

Por isso, fazer um tratamento ortodôntico traz muitos benefícios além do que ter um sorriso bonito: você vai ter uma face mais harmônica e uma oclusão que ajuda a manter seus dentes, músculos e articulação saudáveis por toda a vida!

Referências:

1- Pithon, MM et. al., Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop. 2014 Oct;146(4):423-429

2- Khela, S; Newton, JT, Jeremiah, HG. J Orthod 2020 Mar;47(1):30-37

Desafios do aparelho ortodôntico Sem categoria

Desafios que valem a pena

Quando se fala em tratamento ortodôntico, algumas pessoas pensam que é demorado, imprevisível, incômodo… O quanto tem de verdade nisso?

O resultado todo mundo quer – um sorriso perfeito e uma oclusão saudável. Mas, se você precisa fazer um tratamento ortodôntico para chegar lá, vai ser necessário que, por alguns meses, o seu sorriso fique “em obras”. E é desse período que muita gente tem medo.

No imaginário das pessoas, diz-se que o tratamento ortodôntico é incômodo, demorado, antiestético, cheio de restrições. Estamos falando da boca, uma região sensível, bastante aparente e ligada a muitas funções importantes. Vamos ver o que tem de verdade e mito em cada uma dessas crenças?

O tratamento sempre é demorado?

Os dentes se movimentam por um processo fisiológico que precisa de tempo para acontecer. O tempo total do tratamento depende da quantidade de movimento necessário e da resposta individual do paciente.

No início do tratamento, informo uma previsão baseada no planejamento. De uma forma geral, 80% dos casos podem ser resolvidos em um período entre 18 e 36 meses, ou seja, 1 ano e meio a três anos.

Com um diagnóstico, planejamento e execução adequados, e se o paciente fizer sua parte (falarei sobre isso noutro momento), dificilmente leva mais tempo que o previsto.

Quando a se fala em dois, três anos, parece bastante tempo, não é? Mas acredite, passa muito rápido. Pense onde você estava há dois anos. Parece que passou tanto tempo? Provavelmente não.

E não custa lembrar: você vai investir no máximo 2 a 3 anos da sua vida para ter um sorriso e uma oclusão perfeitos, que podem ser mantidos para o resto da vida com os devidos cuidados – é um investimento que vale a pena, não acha?

Doí? Incomoda?

É normal um certo desconforto, principalmente nos primeiros dias depois da ativação do aparelho, mas é em um nível totalmente tolerável para a maior parte das pessoas. Existem medidas para amenizá-lo, e a própria montagem e ativação do aparelho podem ser feitas de forma a minimizar o incômodo.

Os alinhadores costumam ser mais confortáveis, por não usarem peças volumosas, então, quando bem indicados, podem ser uma boa opção para pessoas que se consideram mais sensíveis.

E a estética?

A aparência do aparelho pode constranger algumas pessoas, principalmente quem já passou da adolescência. Para quem quer um aparelho menos visível, uma opção é usar bráquetes cerâmicos: existem versões dos convencionais e dos autoligados.

Sorriso com grade

Os alinhadores são bem menos perceptíveis durante o uso. Eu não diria que são invisíveis, mas chamam bem menos a atenção do que o mais estético dos aparelhos fixos. Além disso, podem ser retirados quando desejado, garantindo que você não vai estar de aparelho naquela ocasião especial.

Vou precisar extrair dentes?

Nas últimas décadas, a indicação de extrações tem diminuído bastante, por razões como: novas tecnologias para obter espaço, mudanças nos padrões de beleza e maior individualização no plano de tratamento. Mas, em alguns casos, para conseguir os resultados desejados, as extrações são indispensáveis. Nessas situações, a ausência dos dentes é compensada pelo ganho de estética e função.

Caso seja proposto no seu plano de tratamento, não se preocupe: com a técnica adequada, a cirurgia é bastante tranquila, e não ficam espaços residuais depois do tratamento.

O investimento é muito alto?

O valor do tratamento depende principalmente do aparelho e técnica utilizados, pois os custos variam bastante de acordo com a tecnologia. Em caso de impossibilidade de investir nos aparelhos mais avançados, os convencionais podem atingir os mesmos objetivos, se bem conduzidos. Além disso, é possível parcelar o valor ao longo do tempo de tratamento. Sempre existe uma opção que está dentro das suas possibilidades financeiras.

Você tem algum outro receio em relação ao tratamento ortodôntico? Só enviar um email para contato@leticiasobreiro.com ou um WhatsApp para (48) 99990-1110. Vou ficar bem feliz em esclarecer sua dúvida!


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Quem é a ortodontista Letícia?

Por que escolhi construir sorrisos – e por que isso me faz tão feliz.

Aos 9 anos de idade, eu era um patinho feio. O dr. Luiz Arantes, ortodontista de Vila Velha – ES, devolveu a minha autoestima: dos meus dentes tortinhos, de repente eu tinha um sorriso lindo, o que me ajudou a ter uma adolescência muito mais confiante.  

O impacto do trabalho dele na minha vida foi tão grande que, adolescente mesmo, decidi que era naquilo em que eu queria trabalhar para o resto da vida.

Em 1997, com 17 anos, comecei a jornada, ingressando na faculdade de Odontologia. Os 5 anos de graduação me mostraram uma profissão muito nobre, em que cuidamos muito mais do que de dentes, mas também da saúde, da qualidade de vida e da autoestima de pessoas.

Muitas especialidades me encantaram durante a faculdade, mas me formei em 2002 ainda com o sonho de fazer a especialização em Ortodontia, na qual ingressei no início de 2006.

Tive a oportunidade de fazer um curso de especialização dos mais tradicionais, com professores muito experientes e reconhecidos, e com o detalhe que, na minha opinião fez uma grande diferença na minha formação: cada professor tinha uma técnica de trabalho diferente.

Isso me deu uma visão ampla sobre várias delas, e, executando todas, entendi que nenhuma técnica ou aparelho é melhor que o outro, e sim que, quanto mais ferramentas dominamos, maior a chance de encontrarmos a melhor opção para o nosso paciente.

Desde então, atuo como clínica na especialidade, com centenas de casos tratados. Entre os valores que direcionam meu trabalho estão a melhoria contínua e a atualização, então sempre estou buscando me aperfeiçoar, atualizar e aprender cada vez mais.

Mas sabe o que me encanta no meu trabalho?

É devolver a autoestima para as pessoas. Ver pessoas que tinham vergonha de sorrir, sorrindo com orgulho no final do tratamento, sem nenhum tipo de inibição. Muitos conseguem melhorar na carreira, encontrar um amor, e atribuem isso à autoconfiança que o sorriso bonito proporcionou.

É proporcionar para meus pacientes uma oclusão que permita manter seus dentes, gengivas e demais estruturas da boca saudáveis e protegidos pelo resto da vida. Isso mesmo, o tratamento ortodôntico não traz só beleza e autoestima, mas também saúde!

É começar o tratamento de uma criança que sofre bullying e permitir que ela cresça sem problemas de autoestima. Vejo meus pacientes crescendo, tornando-se adolescentes e adultos felizes e confiantes.

Ajudar as pessoas a serem saudáveis e felizes. É ou não é um trabalho maravilhoso? ❤️


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Planejamento ortodôntico Sem categoria

Como eu planejo um novo sorriso

Construir um sorriso perfeito começa por planejá-lo nos mínimos detalhes.

Foto de Sven Mieke no Unsplash

No post anterior, falei como é importante definir o diagnóstico e o objetivo do tratamento antes de traçar o melhor caminho para chegar ao resultado desejado.

No meu consultório, sigo um fluxo de trabalho que permite conseguir com clareza as informações para um diagnóstico preciso e um planejamento em que nenhum detalhe fique de fora.

Tudo começa entendendo tudo que você espera do tratamento e suas características individuais. Para isso, antes mesmo de comparecer ao consultório, o paciente responde a um questionário online onde eu posso conhecer melhor as suas expectativas e a sua percepção individual da estética do sorriso.

Quer ver o questionário? Clique aqui!

No momento da consulta presencial, sigo o seguinte roteiro:

  • conversamos sobre a saúde geral: alterações atuais e passadas, uso de medicamentos, alergias…
  • discutimos as respostas do questionário, entendendo a percepção do paciente sobre seu próprio sorriso;
  • avalio o risco de desenvolver disfunções temporomandibulares;
  • questiono a qualidade do sono (traz informações muito importantes sobre a saúde das estruturas da face);
  • no exame físico, avalio a face, os tecidos moles da boca, os dentes, a oclusão e as funções (mastigação, fala, etc.);
  • podem ser feitas fotografias para auxiliar nas próximas fases.  

Em seguida, solicito os exames complementares (mais conhecidos como documentação ortodôntica), que envolve radiografias, análises numéricas da face e modelos de estudo, de acordo com as necessidades específicas do paciente.

Com as fotos e radiografias, uso uma análise gráfica para avaliar proporções da face, dos dentes, do sorriso, etc., que dá informações valiosas sobre o que pode ser melhorado.

Com as informações obtidas da consulta, dos exames complementares e das análises, crio uma lista de alterações e quais as estratégias para corrigi-las. São sugeridos nesse momento o tipo de aparelho, mecânica e tempo de tratamento. Quando temos mais de uma possibilidade, todas são listadas levantadas.

O gráfico abaixo mostra um fluxo com todas as etapas do processo.

Jornada do planejamento ortodôntico

Ficou com alguma dúvida? Entre em contato por qualquer um dos nossos canais de comunicação, que ficaremos felizes em ajudar!


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O mais importante de tudo

Não adianta ter um destino, mas sair de casa sem saber que caminho tomar. Com o tratamento ortodôntico, não é diferente!

Foto de Karsten Würth no Unsplash

Se alguém lhe perguntar qual é a parte mais importante do tratamento, ortodôntico, o que você responderia? O aparelho, provavelmente. Mas acompanhe meu raciocínio:

Imagine que você tem que fazer uma viagem, dirigindo até uma cidade aonde você nunca foi antes. Certamente você vai olhar no mapa, pesquisar quais as rotas possíveis, qual a estrada mais rápida, mais segura e em melhores condições. Mesmo que você vá usar um GPS para se orientar, provavelmente vai dar uma rápida estudada no trajeto antes de partir.

Se você sair de casa sem ter feito isso, existe uma grande chance de se perder, fazer o caminho mais longo, levar muito mais tempo e gastar mais 💸 do que o necessário.

Fazer um tratamento ortodôntico é exatamente a mesma coisa. É preciso ter com clareza onde precisa chegar (os objetivos do tratamento) e de que forma vamos atingir essas metas (o caminho).

Se o tratamento fosse uma viagem e o resultado final fosse o destino, o aparelho seria apenas o meio de transporte: o avião, o ônibus, o carro. Ele simplesmente leva ao lugar onde se quer chegar.

Antes de instalar um aparelho, precisamos conhecer muito bem o problema que vamos tratar, para ter certeza de estar escolhendo a melhor terapia e não ter imprevistos durante o tratamento. Depois precisamos definir onde queremos chegar – podemos ter metas diferentes, a depender de vários fatores, e o principal deles é o que exatamente incomoda o paciente.

 Por fim, é definido o melhor caminho, aquele que vai levar aos objetivos no menor tempo, com mais conforto e comodidade. E, dentro deste planejamento, vamos escolher o meio de transporte (ou seja, o tipo de aparelho) que melhor vai atender às necessidades.

Seguindo esse passo-a-passo, teremos:

– um tratamento mais rápido e previsível;

– resultados do tratamento alinhados com as metas estabelecidas no início;

– um paciente mais satisfeito no final. ❤️

No próximo post, vou contar como eu consigo alcançar esses resultados com meus pacientes.  Não perca!


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Contenção Ortodôntica – Parte 2

Seu ortodontista quer que seu sorriso fique perfeito para sempre. Portanto, acredite nele, use seus aparelhos de contenção!

No último post (leia aqui), falei por que precisamos usar aparelhos de contenção, quais os tipos e indicações. Vamos ver agora o que precisa ser feito, na prática!

Por que quase sempre se usa removível em cima e o fixo embaixo?

Além de a contenção fixa embaixo ser muito mais conveniente pelas questões da mastigação e da estética, essa é a região mais instável a longo prazo. Com o passar do tempo, existe uma tendência natural de movimento nos incisivos inferiores, mesmo para quem não fez tratamento ortodôntico. Então, a contenção fixa é mais segura, porque não depende da cooperação do paciente para ser usada.

Embora pareça, pela lógica, que uma contenção fixa em cima seria mais cômodo, na prática não é: é difícil limpar, interfere na mastigação e tem uma chance grande de quebrar, criando frequentes situações de urgência. Como em muitos casos o arco superior é mais estável, uma contenção removível bem usada costuma ser suficiente para manter os resultados. Em alguns casos bem específicos, o ortodontista pode indicar uma contenção fixa superior, sozinha ou associada a uma removível.

Por quanto tempo usar os aparelhos de contenção?

👀 O uso é individualizado para cada paciente, então, siga sempre as orientações do seu ortodontista!

No caso das contenções removíeis, o uso normalmente é mais intensivo nos primeiros meses, e no acompanhamento, vendo que o caso está bem estável, o ortodontista pode indicar a redução gradual do uso. O último estágio é o uso noturno, quando se usa a contenção móvel apenas para dormir, o que é bem confortável para a maioria das pessoas.

Mas ok, por quanto tempo mais? 🤨

Nós brincamos que a contenção deve ser usada por quanto tempo o paciente queira manter seus dentes no lugar!

A recidiva, ou seja, a volta dos dentes às posições de antes do tratamento, ocorreria só por algum tempo depois da remoção do aparelho fixo, mas, depois disso, temos a movimentação que ocorre por amadurecimento da oclusão.

Sim, assim como a nossa pele, músculos e ossos, nossa oclusão envelhece, e os dentes se movimentam em resposta às novas demandas do organismo.

É bem comum pessoas que entram na faixa dos 40-50 anos, que já trataram antes e permaneceram estáveis mesmo sem contenção, começarem a notar que os dentes entortam, abrem ou mudam de posição com o avançar da idade. Isso não significa que o tratamento feito antes falhou, e sim que a oclusão está mudando em resposta ao amadurecimento do organismo.

O uso “eterno” da contenção previve essas movimentações tardias.

E é possível usar contenção ortodôntica pelo resto da vida?  Com os devidos cuidados sim, com certeza! O principal deles é o acompanhamento semestral. Não temos que ir ao dentista a cada 6 meses de qualquer forma?

Adaptação ao uso das contenções

Como para qualquer aparelho ortodôntico, os aparelhos de contenção podem causar um estranhamento nos primeiros dias, mas, uma vez o paciente adaptado e as rotinas de higiene adequadas, os aparelhos se tornam confortáveis e sem grandes impactos na rotina de quem usa.  

Se os aparelhos continuarem incômodos depois de alguns dias, retorne para o seu ortodontista. Às vezes, um simples ajuste é suficiente para que fiquem totalmente confortáveis. 

Não usei minhas contenções e os dentes entortaram, o que faço?

Se a falta de uso for de uns poucos dias e aconteceu um movimento pequeno, voltar a usar a contenção pode movimentar os dentes de volta para o lugar. Mas, uma vez que o aparelho desadapte totalmente e as posições erradas se consolidem, só fazendo outro tratamento ortodôntico para que voltem ao lugar. A boa notícia é que geralmente esse novo tratamento é rápido e simples, e podem ser usados aparelhos mais discretos e confortáveis, como alinhadores.

Não esqueça: com a contenção, seu tratamento não acabou, apenas mudou de fase. Você ainda deve retornar para o seu ortodontista no tempo que ele indicar. Ele não só trabalha para construir um sorriso bonito, mas também para mantê-lo – desde que você também faça sua parte. Combinado?