fbpx
Consulta ortpdontista Sem categoria

Julho Laranja: como as funções afetam a oclusão

Consulta ortpdontista

Respiração, aleitamento, mastigação… Todas as funções precisam estar equilibradas para a oclusão se desenvolver bem!

Esse é o quarto post sobre ortodontia na infância, como parte da campanha Julho Laranja. Se você não viu os anteriores, é só clicar aqui. Hoje falaremos sobre a importância da respiração e os hábitos prejudiciais.

O desenvolvimento da oclusão depende muito das funções, ou seja, a alimentação (aleitamento nas crianças menores e mastigação nas maiores), a respiração, a fala e a deglutição. Se alguma dessas funções não estiver bem, existe a chance de a oclusão não se desenvolver adequadamente.

Um exemplo é quando a criança tem alguma obstrução nas vias aéreas superiores (adenoides, rinite crônica, hipertrofia de cornetos nasais, etc.) e não consegue respirar pelo nariz, tendo que usar a boca. Isso modifica totalmente a postura da língua, da mandíbula e do pescoço, causando alterações na oclusão, na face e no organismo como um todo.

Quanto mais cedo a respiração bucal for descoberta, mais fácil tratar as consequências. A criança deve ser encaminhada ao otorrinolaringologista para tratar a obstrução nasal, enquanto o ortodontista atua no problema oclusal. Inclusive, a terapia ortodôntica costuma ajudar a diminuir a obstrução, mas isso não substitui o acompanhamento com o otorrino. O tratamento fonoaudiológico pode ser indicado também.  

Outro hábito que está muito relacionado com más-oclusões é a sucção prolongada de chupeta ou do dedo. Ter um “corpo estranho” posicionado entre os dentes de forma constante pode alterar a forma dos arcos e causar mudanças na postura da língua e da mandíbula.

A chupeta merece uma discussão à parte, pois seu uso implica em muito mais do que consequências na oclusão. Há algum tempo, dizia-se que, se a chupeta fosse abandonada até os 2 ou 3 anos de idade, os problemas de oclusão se corrigiriam espontaneamente. Ou seja, se a chupeta for abandonada até essa idade, não haveria problema. Mas, recentemente, descobriu-se que o uso da chupeta interfere negativamente no aleitamento materno, por exemplo. Então, a recomendação atual é que a chupeta não seja oferecida em nenhuma idade. Na prática, isso não é fácil para as famílias, mas é uma discussão para um outro momento.

O ideal é que a criança não use a chupeta em nenhuma idade, mas, se usar e abandonar até os 3 anos, tudo bem do ponto de vista da oclusão. Porém, se passar disso, é possível que as alterações sejam mais persistentes. O ortodontista pode atuar tanto corrigindo as consequências quanto ajudar a criança no abandono dos hábitos, com técnicas comportamentais e aparelhos reeducadores.

A sucção do dedo costuma ser mais crítica do que a da chupeta porque, ao contrário da primeira, não é possível tirar do alcance da criança. Mas, com os aparelhos e técnicas certas, é possível ajudá-la a deixar esse costume.

Além desses, existem outros hábitos que podem causar alterações na oclusão. Levar a criança para ser acompanhada desde cedo pelo ortodontista pode ajudar a identificar e eliminar esses fatores, ajudando a oclusão a se desenvolver de forma saudável.

Até o próximo post!

Referências bibliográficas:

MACHADO et. al., Dental Press J Orthod. 2000 nov-dez;5(6):107-129

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 abr-maio;9(2):77-97

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):30-6 BITTENCOURT & MACHADO, Dental Press J Orthod. 2010 nov-dez;15(6):113-22

Ortodontia em crianças Sem categoria

Julho Laranja: crescimento e problemas ortodônticos

Entenda como o crescimento da face pode fazer a oclusão dar certo… ou não!

Esse é o terceiro post da série sobre os problemas de oclusão da infância, como parte da campanha Julho Laranja, que foi criada para chamar a atenção das famílias para a prevenção de más-oclusões em crianças. Se você não viu os primeiros, pode ver aqui e aqui.

Vamos fazer um exercício de visualização: a oclusão leva em consideração não só o alinhamento dos dentes, mas também a relação entre os dois arcos. Imagine, quem tem dentes só em cima, ou só embaixo, não mastiga, concorda? Então, para que a mastigação e as outras funções dos dentes se cumpram bem, é preciso que o arco de cima e o de baixo se articulem bem.

O arco superior está contido em um osso par chamado maxilar, e o inferior, na mandíbula, e eles são mais ou menos independentes. Concorda que, para que um adulto tenha uma oclusão correta, a maxila e a mandíbula têm que crescer de forma harmônica? Se essa harmonia no crescimento não acontecer, teremos um descompasso na posição dos arcos.

Maxila e mandíbula, crescimento da face
A maxila e a mandíbula contendo os arcos dentários.
Imagem: RADLANSKY, R. & WESKER, K. A Face – Atlas ilustrado de Anatomia Clínica – Ed. Quintessence, 2016, São Paulo (legendas nossas)

As principais são as distoclusões (em que a mandíbula está mais atrás que a maxila), as mesioclusões (em que a mandíbula está mais à frente) e também temos desarmonias verticais, em que os ossos podem crescer mais ou menos que o normal em altura, refletindo na oclusão e no aspecto da face.

Criança com mdistoclusão, necessidade de aparelho ortodôntico
Distoclusão, quando o arco superior fica à frente do inferior. Pode ser por excesso de crescimento da maxila, deficiência de crescimento da mandíbula, ou uma combinação dos dois. Observe que, além da posição dos arcos, a alteração do crescimento também se reflete na face, com o aspecto de “queixo para trás”.

Imagem: CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia – Ed. Dental Press, 2004 Maringá
Criança com mesioclusão, necessidade de aparelho ortodôntico
Mesioclusão, quando o arco superior fica atrás do inferior, por excesso de crescimento da mandíbula, deficiência de crescimento da maxila, ou ambos. Na face, isso se reflete com o queixo para frente ou um aspecto “afundado” na região das maçãs do rosto.

Imagem: CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia – Ed. Dental Press, 2004 Maringá
Criança com face longa, necessidade de aparelho ortodôntico
Quando a face cresce excessivamente em altura, a mandíbula roda para baixo e para trás, cria-se uma mordida aberta e o paciente tem dificuldade de fechar os lábios.

Imagem: CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia – Ed. Dental Press, 2004 Maringá
Criança com face curta, necessidade de aparelho ortodôntico
Quando a face cresce pouco em altura, o rosto fica com um aspecto envelhecido, os dentes aparecem pouco no sorriso e cria-se uma mordida chamada profunda.

Imagem: CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia – Ed. Dental Press, 2004 Maringá

O que causa essas alterações de crescimento?

Quase sempre um componente genético está envolvido. Herdamos nosso padrão de crescimento dos nossos pais e avós. Por isso que, muitas vezes, na mesma família, temos irmãos, pais e filhos, e até avós com o mesmo padrão facial e oclusal.

Como já disse no primeiro post, nem sempre um só fator determina que uma má-oclusão apareça e, apesar do componente genético existir, podem existir outras causas que atenuem ou agravem o problema. A expressão do está na genética depende também do ambiente.

E essa é a boa notícia!

Em muitos casos, quando detectamos precocemente, podemos redirecionar esse crescimento de forma a minimizar ou mesmo corrigir completamente a má-oclusão que estava se estabelecendo.

Assim, problemas que só poderiam ser corrigidos com tratamentos radicais numa oclusão madura, podem ser amenizados ou totalmente corrigidos com o uso de aparelhos bem simples durante a infância ou adolescência. Não é fantástico?

Se você tem uma criança em casa, não deixe de fazer o acompanhamento com o ortodontista. O ideal é a partir dos 6 anos, mas se não deu para começar nessa época, pode ser depois disso, em qualquer idade. O importante é acompanhar e não perder a melhor época para fazer o tratamento.

Até o próximo post! Inscreva-se no blog para não perder!

Referências bibliográficas:

MACHADO et. al., Dental Press J Orthod. 2000 nov-dez;5(6):107-129

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 abr-maio;9(2):77-97

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):30-6 BITTENCOURT & MACHADO, Dental Press J Orthod. 2010 nov-dez;15(6):113-22

Criança ortodontia Sem categoria

Julho Laranja: prevenir cáries também é prevenir problemas ortodônticos

Criança ortodontia

Você sabia que preservar os dentes de leite dos pequenos pode evitar que precisem de aparelho no futuro?

Esse é o segundo post da série  sobre a campanha Julho Laranja. Se você não viu o anterior, só clicar aqui.

No post passado, falamos sobre a importância do tratamento dos problemas de oclusão quando são identificados ainda durante a infância, e falamos sobre as causas desses problemas de oclusão. Hoje falaremos sobre uma causa muito comum de problemas, que são as perdas dos dentes de leite (chamados dentes decíduos).

Culturalmente, muitas famílias não dão muita importância para os decíduos, imaginando que, se um dia eles vão ser substituídos pelos permanentes, então não tem problema que tenham cárie ou sejam perdidos.

Mas isso não é verdade! O dente de leite tem a função de, além de permitir à criança mastigar e pronunciar as palavras, guardar o espaço no arco para o dente permanente. Além do mais, cáries e perdas dos dentes de leite podem, assim como em adultos, causar dor, perda da autoestima e diminuição na qualidade de vida.

Os dentes, sejam permanentes ou decíduos, estão sempre procurando contato uns com os outros, o que significa que, quando um é perdido, os dentes próximos vão se movimentar na tentativa de fechar aquele espaço.

O certo é que um dente de leite só seja removido quando o permanente já estiver pronto para irromper. Como a gente sabe disso? Quando o de leite está “molinho”, o que significa que o permanente já está absorveu a raiz do decíduo e está só esperando que ele saia para ocupar seu lugar.

Mas, se um dente de leite for perdido antes que o permanente esteja pronto para nascer, em pouco tempo os vizinhos vão se movimentar e o espaço vai ser fechado. O que vai acontecer então?  Em primeiro lugar, os restantes já não vão estar no lugar certo, e depois, o permanente que não teve espaço não vai nascer (pode ficar dentro do osso indefinidamente) ou pode nascer numa posição bem desfavorável, como no céu da boca, por exemplo.

Por isso que dizemos que, quando cuidamos para que uma criança não tenha cárie, ou perca seus dentinhos, isso também é uma forma de ortodontia (a Ortodontia Preventiva).

Mas, uma vez que o dente tenha sido perdido, ou esteja indicada a sua extração, existem aparelhos próprios para que o espaço não se feche, ou se já fechou um pouco, recuperá-lo para que o permanente possa ter espaço. Isso é a Ortodontia Interceptativa, ou seja, que detêm, interrompe o desenvolvimento de uma má-oclusão.

Por isso, o acompanhamento da criança desde cedo com odontopediatra, ou mesmo clínico geral, é importante para não deixar esse tipo de situação ocorrer ou evoluir.

No próximo post, falarei sobre outra causa comum de más-oclusões e como podemos tratá-las precocemente. Te espero lá, não perca!

Referências bibliográficas:

MACHADO et. al., Dental Press J Orthod. 2000 nov-dez;5(6):107-129

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 abr-maio;9(2):77-97

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):30-6 BITTENCOURT & MACHADO, Dental Press J Orthod. 2010 nov-dez;15(6):113-22

Ortodontia em crianças, hora certa Sem categoria

Julho Laranja e a ortodontia infantil

O Julho Laranja é uma campanha criada por um grupo de ortodontistas brasileiros, com o objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção de más-oclusões em crianças.

Muita gente não sabe, mas existem tratamentos ortodônticos que podem ser feitos ainda na infância, na dentição decídua ou mista. Eles são indicados somente quando um problema de oclusão é identificado muito cedo, quando ainda pode ser corrigido antes que se consolide e exija um tratamento mais complexo no futuro.

Um estudo de 2010 que avaliou quase 5.000 crianças brasileiras entre 6 e 10 anos mostrou que 85% dessas crianças de tinham um problema de oclusão, e dessas, cerca de 60% tinham possibilidade de correção precoce.

 E qual a grande vantagem do tratamento precoce?

Além de, em muitos casos, evitar tratamentos mais drásticos na dentição permanente, como extrações e cirurgias ortognáticas, o tratamento precoce ainda ajuda a melhorar a autoestima da criança, quando ela se incomoda ou sofre bullying por causa da aparência dos dentes.

Então, neste mês de julho, como minha parte na campanha, criei uma série de posts falando sobre quais são as alterações ortodônticas mais comuns que podem aparecer nas crianças e como deve ser o acompanhamento para identificar os problemas o mais cedo possível. 

O que é má-oclusão?

A dentição humana tem uma ordem natural do posicionamento dos dentes e do encaixe entre os arcos, que é chamada oclusão. Ela foi definida durante a evolução do Homo sapiens, há centenas de milhares de anos. O arranjo da oclusão foi determinado pela natureza para que os dentes exerçam corretamente as suas funções, como morder, mastigar e auxiliar na fala e na deglutição. 

Quando temos qualquer alteração nessa configuração normal, dizemos que o paciente tem uma má-oclusão, ou seja, uma oclusão que não está dentro dos parâmetros de normalidade.

Existem diversas e quase sempre elas têm um impacto negativo na função (mastigação, fala) e na estética do sorriso, o que pode comprometer a autoestima do paciente.

Mas por que elas aparecem? Por que, nos momentos em que oclusão está se formando, alguma coisa não dá certo?

Existem muitas causas possíveis e, com frequência, elas não aparecem de forma isolada, e sim a associação de vários fatores que se somaram. A literatura científica tem muitas formas de classificar as causas (que chamamos etiologia), mas, de uma forma simplificada, podemos dizer que existem causas pré-natais ou pós-natais (também chamadas de adquiridas).

Entre as causas pré-natais, estão as alterações genéticas, como padrões de crescimento não favoráveis, alteração na quantidade de dentes e algumas síndromes, e as más-formações que ocorre quando o feto está se desenvolvendo (ex.: lábio leporino).

As causas adquiridas podem ser traumatismos, cárie e perda precoce de dentes de leite; alterações hormonais e doenças sistêmicas, hábitos como sucção de dedo e de chupeta, e obstrução nas vias aéreas superiores com predomínio da respiração bucal.

Nos próximos 3 posts falarei um pouco sobre as principais delas. Fique atento(a). Até lá!

Referências bibliográficas:

MACHADO et. al., Dental Press J Orthod. 2000 nov-dez;5(6):107-129

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 abr-maio;9(2):77-97

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):61-73

GARIB et. al., Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):30-6

BITTENCOURT & MACHADO, Dental Press J Orthod. 2010 nov-dez;15(6):113-22

Aparelho ortodôntico tempo Sem categoria

Quanto tempo dura um tratamento ortodôntico – Parte 3

Aparelho ortodôntico tempo

Afinal, quanto tempo deve durar um tratamento ortodôntico? Tem algo que possa acelerar a movimentação?

Esse é o terceiro post da série sobre duração do tratamento ortodôntico. Se você não leu os primeiros, clique aqui e aqui. Falei sobre como é o processo pelo qual os dentes se movimentam, como isso reflete na duração do tratamento e quais são os fatores que podem influenciar nesse tempo.

Você pode me perguntar: não existe nada que possa acelerar o tratamento?

Já foram testados muitos recursos na tentativa de estimular a resposta biológica, como, por exemplo: procedimentos cirúrgicos para diminuir a resistência do osso, dispositivos que provocam vibração, injeções locais de medicamentos, laser de baixa potência, etc.

Porém, muitas dessas técnicas não têm comprovação científica, tanto da eficácia quanto da segurança. Outras, como as cirurgias, embora se saiba que funcionam, têm um risco elevado e deve-se avaliar com muito cuidado quando vale a pena serem usadas.

E, afinal, na média, quanto dura um tratamento ortodôntico?

Existe um número mágico que tanto profissionais quanto leigos conhecem, que é o de dois anos. Diz-se que esse é o tempo que dura um tratamento ortodôntico.

Mas vamos lá:

– para um tratamento simples, sem movimentações muito extensas,

– feito por um profissional que planejou bem e tem prática em executar,

– para um paciente que tenha uma resposta normal e colabore bem com o tratamento,

É um tempo que sim, pode ser razoável. Se dentro dessas condições, é um parâmetro a seguir. É até possível durar menos do que isso, se o caso precisar de muito pouca movimentação e todas as outras circunstâncias forem favoráveis.

Mas, levando em conta que muitos casos têm pelo menos algum dos fatores que aumentam a duração do tratamento, pela minha experiência pessoal, em um tempo entre 2 a 3 anos, consegue-se finalizar 80% dos casos.

E quando passa disso, o que pode ser?

Falaremos disso no próximo post. Não perca: inscreva-se no blog e receba sempre as atualizações sobre nossos conteúdos!

Aparelho ortodôntico tempo Sem categoria

Quanto tempo dura um tratamento ortodôntico – Parte 2

Se os dentes se movimentam por um processo biológico, o que pode contribuir para a movimentação ser mais ou menos veloz?

Esse é o segundo post da série sobre duração do tratamento ortodôntico. Se você não viu o primeiro, leia aqui. Falei sobre como é o processo pelo qual os dentes se movimentam e como isso reflete no tempo de tratamento. Agora, vamos ver quais são os fatores que podem influenciar na duração do tratamento.

Fatores que alteram a velocidade do tratamento

Relativos à resposta do paciente

Complexidade do caso: já que a movimentação tem um limite biológico, quanto mais longe, digamos assim, os dentes estejam longe da posição ideal, mais movimento vai ser necessário, e mais demorado tende a ser o tratamento.

Resposta individual: a velocidade em que as células do ligamento reagem à força remodelando o osso varia muito de pessoa para pessoa. Cada um tem uma reposta relacionada à genética e varia também com outras condições que falaremos a seguir.

Condições ósseas: pacientes com perda de densidade do osso, como acontece, por exemplo, na osteoporose, podem ter uma movimentação mais rápida – só que ter perda óssea não é uma coisa boa. Por outro lado, alterações que levem a ter um osso mais denso podem dificultar a movimentação. 

Questões hormonais: alguns hormônios interferem no metabolismo ósseo e alteração desses pode criar uma resposta muito lenta ou exagerada.

Uso de medicamentos: medicamentos que reduzem a resposta inflamatória ou o interferem no metabolismo dos ossos podem alterar a resposta ao tratamento ortodôntico. Por exemplo: o uso crônico de anti-inflamatórios pode diminuir a velocidade da movimentação ortodôntica justamente por diminuir a inflamação do ligamento que é necessária para a movimentação.

Relativos à mecânica do tratamento

Tipo de aparelho ou dispositivo: alguns aparelhos têm menos atrito, e por oferecer menos resistência, podem promover forças mais contínuas. Determinados tipos de fios, elástico, molas e outros dispositivos, geralmente feitos de materiais mais tecnológicos, permitem forças mais leves e contínuas.

 Como vimos no post anterior, são as que funcionam melhor – não exatamente porque movimentam mais rápido, mas as forças agem por mais tempo e causam menos efeitos colaterais.

Planejamento: quando o ortodontista sabe exatamente o que fazer, por onde começar, ele pode ir direto ao ponto e isso evita perder tempo durante o tratamento.

Não perca os próximos posts sobre o assunto! Inscreva-se no blog e receba sempre atualizações sobre nossos conteúdos.

Sem categoria

Quanto tempo dura um tratamento ortodôntico – Parte 1

Tempo tratamento ortodôntico

Quantas vezes nós ouvimos histórias sobre pessoas que acabam passando quatro, cinco, dez anos com o aparelho? Por que isso acontece?

Quantas vezes nós ouvimos histórias sobre pessoas que começaram um tratamento ortodôntico e acabam passando quatro, cinco, dez anos com o aparelho? Mas por que isso acontece? É para ser tão demorado assim?

Tem casos que o ortodontista prevê que vão ser mais demorados, mas tem outros em que fazemos a previsão e acaba levando muito mais tempo, o que muito frustrante tanto para nós quanto para o paciente.

Quer entender por que isso acontece? Preparei uma série de 4 posts com tudo o que você precisa saber sobre a duração do tratamento ortodôntico. Leia até o final deste e fique atento(a) aos próximos!

A primeira questão é entender como acontece o movimento ortodôntico.

A maneira pela qual os dentes mudam de lugar é totalmente biológica: a movimentação dentária é um mecanismo natural criado para que os dentes se adequem às forças que são geradas na cavidade bucal durante as funções,  tais como a mastigação e a fala, e hábitos que muitas vezes podem não ser muito saudáveis, como apertar os dentes, roer unhas ou morder objetos.

Os dentes são ligados aos ossos dos maxilares por um tecido chamado ligamento periodontal.  As forças que agem sobre os dentes são transmitidas ao ligamento, desencadeiam um processo inflamatório, e, na sequência, respostas nas células que provocam reabsorção do osso de um lado, e, de outro, formação de novo osso – e, dessa forma, o dente se movimenta na direção da força. (foto)

Os aparelhos ortodônticos – sejam aparelhos fixos, sejam alinhadores – nada mais fazem do que aplicar forças sobre os dentes, para direcionar essa movimentação.

E qual a relação de tudo isso com a duração de tratamento?

Como é um processo biológico, ele precisa de um certo tempo para acontecer. E quanto é possível movimentar em um mês? Isso depende, além de variações individuais, também do dente e da região onde está acontecendo o movimento. Por exemplo, demonstrou-se (1) movimentos de caninos superiores de aproximadamente 0,8 mm por mês, mas sabemos que, por exemplo, molares inferiores, que são dentes com raízes muito grandes e estão numa região em que o osso é bem denso, movimentam-se bem mais devagar. 

 Por essa lógica, dá para entender que casos em que se precisa de mais movimentação devem demorar mais. Então, o tratamento tende a ser mais rápido em casos simples e mais demorado em casos mais complexos.

Se eu colocar mais força, não movimenta mais rápido?

Seria bom, mas não funciona assim. Forças maiores não necessariamente movimentam mais rápido, pelo contrário, podem desencadear uma resposta inflamatória exagerada que pode “travar” o movimento. Além do mais, forças pesadas causam mais dor e aumentam o risco de causar reabsorção nas raízes.

As forças que melhor movimentam os dentes são leves e constantes – quanto mais suaves e duradouras, mais rápida, tranquila e com menos efeitos colaterais é a movimentação.

Não perca os próximos posts sobre o assunto! Inscreva-se no blog e receba sempre atualizações sobre nossos conteúdos.