Quanto tempo dura um tratamento ortodôntico – Parte 1
Quantas vezes nós ouvimos histórias sobre pessoas que acabam passando quatro, cinco, dez anos com o aparelho? Por que isso acontece?
Quantas vezes nós ouvimos histórias sobre pessoas que começaram um tratamento ortodôntico e acabam passando quatro, cinco, dez anos com o aparelho? Mas por que isso acontece? É para ser tão demorado assim?
Tem casos que o ortodontista prevê que vão ser mais demorados, mas tem outros em que fazemos a previsão e acaba levando muito mais tempo, o que muito frustrante tanto para nós quanto para o paciente.
Quer entender por que isso acontece? Preparei uma série de 4 posts com tudo o que você precisa saber sobre a duração do tratamento ortodôntico. Leia até o final deste e fique atento(a) aos próximos!
A primeira questão é entender como acontece o movimento ortodôntico.
A maneira pela qual os dentes mudam de lugar é totalmente biológica: a movimentação dentária é um mecanismo natural criado para que os dentes se adequem às forças que são geradas na cavidade bucal durante as funções, tais como a mastigação e a fala, e hábitos que muitas vezes podem não ser muito saudáveis, como apertar os dentes, roer unhas ou morder objetos.
Os dentes são ligados aos ossos dos maxilares por um tecido chamado ligamento periodontal. As forças que agem sobre os dentes são transmitidas ao ligamento, desencadeiam um processo inflamatório, e, na sequência, respostas nas células que provocam reabsorção do osso de um lado, e, de outro, formação de novo osso – e, dessa forma, o dente se movimenta na direção da força. (foto)
Os aparelhos ortodônticos – sejam aparelhos fixos, sejam alinhadores – nada mais fazem do que aplicar forças sobre os dentes, para direcionar essa movimentação.
E qual a relação de tudo isso com a duração de tratamento?
Como é um processo biológico, ele precisa de um certo tempo para acontecer. E quanto é possível movimentar em um mês? Isso depende, além de variações individuais, também do dente e da região onde está acontecendo o movimento. Por exemplo, demonstrou-se (1) movimentos de caninos superiores de aproximadamente 0,8 mm por mês, mas sabemos que, por exemplo, molares inferiores, que são dentes com raízes muito grandes e estão numa região em que o osso é bem denso, movimentam-se bem mais devagar.
Por essa lógica, dá para entender que casos em que se precisa de mais movimentação devem demorar mais. Então, o tratamento tende a ser mais rápido em casos simples e mais demorado em casos mais complexos.
Se eu colocar mais força, não movimenta mais rápido?
Seria bom, mas não funciona assim. Forças maiores não necessariamente movimentam mais rápido, pelo contrário, podem desencadear uma resposta inflamatória exagerada que pode “travar” o movimento. Além do mais, forças pesadas causam mais dor e aumentam o risco de causar reabsorção nas raízes.
As forças que melhor movimentam os dentes são leves e constantes – quanto mais suaves e duradouras, mais rápida, tranquila e com menos efeitos colaterais é a movimentação.
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