Julho Laranja: prevenir cáries também é prevenir problemas ortodônticos
Você sabia que preservar os dentes de leite dos pequenos pode evitar que precisem de aparelho no futuro?
Esse é o segundo post da série sobre a campanha Julho Laranja. Se você não viu o anterior, só clicar aqui.
No post passado, falamos sobre a importância do tratamento dos problemas de oclusão quando são identificados ainda durante a infância, e falamos sobre as causas desses problemas de oclusão. Hoje falaremos sobre uma causa muito comum de problemas, que são as perdas dos dentes de leite (chamados dentes decíduos).
Culturalmente, muitas famílias não dão muita importância para os decíduos, imaginando que, se um dia eles vão ser substituídos pelos permanentes, então não tem problema que tenham cárie ou sejam perdidos.
Mas isso não é verdade! O dente de leite tem a função de, além de permitir à criança mastigar e pronunciar as palavras, guardar o espaço no arco para o dente permanente. Além do mais, cáries e perdas dos dentes de leite podem, assim como em adultos, causar dor, perda da autoestima e diminuição na qualidade de vida.
Os dentes, sejam permanentes ou decíduos, estão sempre procurando contato uns com os outros, o que significa que, quando um é perdido, os dentes próximos vão se movimentar na tentativa de fechar aquele espaço.
O certo é que um dente de leite só seja removido quando o permanente já estiver pronto para irromper. Como a gente sabe disso? Quando o de leite está “molinho”, o que significa que o permanente já está absorveu a raiz do decíduo e está só esperando que ele saia para ocupar seu lugar.
Mas, se um dente de leite for perdido antes que o permanente esteja pronto para nascer, em pouco tempo os vizinhos vão se movimentar e o espaço vai ser fechado. O que vai acontecer então? Em primeiro lugar, os restantes já não vão estar no lugar certo, e depois, o permanente que não teve espaço não vai nascer (pode ficar dentro do osso indefinidamente) ou pode nascer numa posição bem desfavorável, como no céu da boca, por exemplo.
Por isso que dizemos que, quando cuidamos para que uma criança não tenha cárie, ou perca seus dentinhos, isso também é uma forma de ortodontia (a Ortodontia Preventiva).
Mas, uma vez que o dente tenha sido perdido, ou esteja indicada a sua extração, existem aparelhos próprios para que o espaço não se feche, ou se já fechou um pouco, recuperá-lo para que o permanente possa ter espaço. Isso é a Ortodontia Interceptativa, ou seja, que detêm, interrompe o desenvolvimento de uma má-oclusão.
Por isso, o acompanhamento da criança desde cedo com odontopediatra, ou mesmo clínico geral, é importante para não deixar esse tipo de situação ocorrer ou evoluir.
No próximo post, falarei sobre outra causa comum de más-oclusões e como podemos tratá-las precocemente. Te espero lá, não perca!
Referências bibliográficas:
MACHADO et. al., Dental Press J Orthod. 2000 nov-dez;5(6):107-129
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