Julho Laranja: crescimento e problemas ortodônticos
Entenda como o crescimento da face pode fazer a oclusão dar certo… ou não!
Esse é o terceiro post da série sobre os problemas de oclusão da infância, como parte da campanha Julho Laranja, que foi criada para chamar a atenção das famílias para a prevenção de más-oclusões em crianças. Se você não viu os primeiros, pode ver aqui e aqui.
Vamos fazer um exercício de visualização: a oclusão leva em consideração não só o alinhamento dos dentes, mas também a relação entre os dois arcos. Imagine, quem tem dentes só em cima, ou só embaixo, não mastiga, concorda? Então, para que a mastigação e as outras funções dos dentes se cumpram bem, é preciso que o arco de cima e o de baixo se articulem bem.
O arco superior está contido em um osso par chamado maxilar, e o inferior, na mandíbula, e eles são mais ou menos independentes. Concorda que, para que um adulto tenha uma oclusão correta, a maxila e a mandíbula têm que crescer de forma harmônica? Se essa harmonia no crescimento não acontecer, teremos um descompasso na posição dos arcos.
As principais são as distoclusões (em que a mandíbula está mais atrás que a maxila), as mesioclusões (em que a mandíbula está mais à frente) e também temos desarmonias verticais, em que os ossos podem crescer mais ou menos que o normal em altura, refletindo na oclusão e no aspecto da face.
O que causa essas alterações de crescimento?
Quase sempre um componente genético está envolvido. Herdamos nosso padrão de crescimento dos nossos pais e avós. Por isso que, muitas vezes, na mesma família, temos irmãos, pais e filhos, e até avós com o mesmo padrão facial e oclusal.
Como já disse no primeiro post, nem sempre um só fator determina que uma má-oclusão apareça e, apesar do componente genético existir, podem existir outras causas que atenuem ou agravem o problema. A expressão do está na genética depende também do ambiente.
E essa é a boa notícia!
Em muitos casos, quando detectamos precocemente, podemos redirecionar esse crescimento de forma a minimizar ou mesmo corrigir completamente a má-oclusão que estava se estabelecendo.
Assim, problemas que só poderiam ser corrigidos com tratamentos radicais numa oclusão madura, podem ser amenizados ou totalmente corrigidos com o uso de aparelhos bem simples durante a infância ou adolescência. Não é fantástico?
Se você tem uma criança em casa, não deixe de fazer o acompanhamento com o ortodontista. O ideal é a partir dos 6 anos, mas se não deu para começar nessa época, pode ser depois disso, em qualquer idade. O importante é acompanhar e não perder a melhor época para fazer o tratamento.
Até o próximo post! Inscreva-se no blog para não perder!
Referências bibliográficas:
MACHADO et. al., Dental Press J Orthod. 2000 nov-dez;5(6):107-129
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