Quanto tempo dura um tratamento ortodôntico – Parte 4
Por que alguns tratamentos demoram tanto, e o que posso fazer para que não aconteça comigo?
Esse é o quarto e último post da série sobre duração do tratamento ortodôntico. Se você não leu os primeiros, veja aqui, aqui e aqui. Falei sobre como é o processo pelo qual os dentes se movimentam, quais são os fatores que podem influenciar nesse tempo e qual é, na prática, a duração média de um tratamento ortodôntico.
Se 2 a 3 anos é uma duração razoável para 80% dos casos, quando demora às vezes o dobro ou o triplo disso, o que pode ser?
Tratamentos multidisciplinares: casos mais complexos, que frequentemente envolvem várias especialidades, como cirurgia ortognática, periodontia, implantes, etc., em que muitas vezes uma parte do tratamento depende da finalização ou da resposta do outro, podem levar mais do que três anos. Nesses casos, geralmente a previsão é mais longa, mas, como uma parte do tratamento depende de outra, existe o risco de algum procedimento não dar certo e atrasar as outras fases.
Problemas na resposta: condições de saúde geral, alterações hormonais, uso de medicamentos, ou seja, todos aqueles fatores do próprio paciente que vimos no segundo post, podem retardar bastante a movimentação, e o tratamento pode demorar mais tempo do que o previsto.
Observe que algumas condições são evitáveis, e outras não.
Falta de cooperação do paciente: não fazer a higiene corretamente, não comparecer às consultas com a frequência necessária, quebrar o aparelho com frequência e não usar os elásticos e aparelhos móveis como orientado pelo ortodontista: não colaborar com o tratamento pode prolongá-lo por uma eternidade!
Problemas no diagnóstico, planejamento e execução: Sim, infelizmente isso acontece. Se o diagnóstico não foi acertado, pode aparecer algo que o profissional não previu. Se o planejamento não foi bom, ou se a execução é falha, o tratamento pode ficar dando voltas e voltas e não chegar ao final.
O que eu posso fazer para ter mais chances de meu tratamento terminar no prazo?
– Primeira coisa: na consulta inicial, informe ao ortodontista todas as suas alterações de saúde e se você toma alguma medicação de uso contínuo ou com frequência. Com isso, ele já pode identificar uma possível causa de resposta alterada e já levar isso em conta na hora de estimar a duração do tratamento.
– Da mesma forma, comunique imediatamente qualquer mudança na saúde geral ou no uso de medicamentos.
– Quando começar o tratamento, o seu ortodontista deve passar uma estimativa de duração de tratamento. Esteja atento a esse prazo, pergunte se está tudo correndo como previsto.
– E, claro, faça sua parte: compareça às consultas, siga as orientações de higiene, use os elásticos e dispositivos móveis, e muito cuidado para não danificar o aparelho.
Seja transparente e tenha uma comunicação franca com seu ortodontista: ele quer tanto quanto você terminar logo o tratamento!